Banco Central da China reduz taxa de juros crucial para estimular a economia

Banco Central da China reduz taxa de juros crucial para estimular a economia

Anúncio ocorre em um momento complicado para a economia do país, com a publicação de indicadores decepcionantes nos últimos dias

AFP

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O Banco Popular da China (BPC, central) reduziu nesta quinta-feira (15) uma taxa de juros crucial e injetou 33 bilhões de dólares (159 bilhões de reais) nos mercados financeiros, coincidindo com a divulgação de dados que mostram uma situação mais frágil da segunda maior economia do mundo.

A taxa de juros para empréstimos a um ano às instituições financeiras (MLF) passou de 2,75% para 2,65%, anunciou o BPC - a redução anterior da taxa havia acontecido em agosto de 2022.

A tendência da MLF geralmente orienta a taxa de crédito de referência para as famílias, empresas e empréstimos hipotecários, e por isso a taxa é acompanhada de perto pelos mercados.

Uma redução da MLF diminui os custos financeiros dos bancos comerciais e os estimula a conceder mais empréstimos, o que aumentaria potencialmente o consumo local.

O BPC também anunciou a injeção de 237 bilhões yuanes (33 bilhões de dólares, R$ 159 bilhões) na economia por meio da MLF "para manter uma liquidez razoável e suficiente no sistema bancário".

Os anúncios aconteceram em um momento complicado para a economia chinesa, com a publicação de indicadores decepcionantes nos últimos dias.

O BPC divulgou esta semana um inesperado corte em uma taxa de juros de curto prazo, o que, segundo os analistas, reflete uma preocupação crescente das autoridades chinesas com a situação econômica.

Em um novo sinal de problemas, a taxa de desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos na China subiu em maio para 20,8%, um nível recorde, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas.

Recuperação frágil

Para o conjunto da população urbana, a taxa de desemprego em maio foi de 5,2%, mesmo resultado de abril.

A China anunciou nas últimas semanas uma série de indicadores que mostram que a recuperação após o fim das restrições anticovid, anunciadas no fim e 2022, está desacelerando e em alguns setores nem chegou a ser concretizada.

A inflação foi praticamente nula em maio, a 0,2% em ritmo anual, sinal de uma demanda frágil e de um cenário empresarial complicado, e as exportações, motor histórico do crescimento do país, caíram 7,5% em ritmo anual após dois meses de expansão.

O Escritório Nacional de Estatísticas também anunciou nesta quinta-feira que a produção industrial cresceu 3,5% em maio, depois de um avanço de 5,6% em abril.

As vendas no varejo, principal indicador do consumo das famílias, aumentaram 12,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, uma queda expressiva em relação aos 18,4% do mês anterior.

As autoridades projetam para 2023 um crescimento do PIB de "cerca de 5%", o que seria um dos piores resultados das últimas décadas para o gigante asiático.

A demanda interna reduzida, a inflação próxima de zero e a incerteza global afetam a recuperação da segunda maior economia mundial após a suspensão das restrições anticovid.

O economista e conselheiro do governo Liu Yuanchun pediu esta semana às agências reguladoras uma redução dos custos dos empréstimos para aliviar a carga fiscal das pequenas e médias empresas.


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