Bancos dos EUA mantêm solidez, mas se preparam para turbulências

Bancos dos EUA mantêm solidez, mas se preparam para turbulências

Para fazer frente à possível inadimplência de seus clientes, diferentes instituições destinaram mais dinheiro

AFP

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Os principais bancos dos Estados Unidos reportaram resultados sólidos no terceiro trimestre, apesar da desaceleração da atividade dos bancos de investimento, mas advertiram que os riscos econômicos estão aumentando.

Para fazer frente à possível inadimplência de seus clientes, diferentes instituições destinaram mais dinheiro: 808 milhões de dólares em reservas adicionais no caso do JPMorgan Chase, e 370 milhões de dólares no caso do grupo Citi, enquanto o Wells Fargo aumentou o fundo destinado a perdas vinculadas ao crédito em 385 milhões.

Contudo, esses montantes continuam muito inferiores em comparação com o começo da pandemia, quando as instituições reservaram dezenas de bilhões de dólares.

A economia americana deve enfrentar uma "inflação obstinadamente elevada", "taxas de juros mais altas em todo o mundo", "o impacto incerto do endurecimento monetário liderado pelo banco central", "a guerra na Ucrânia" e "a fragilidade do abastecimento e dos preços do petróleo", assinalou Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase.

Contudo, ao mesmo tempo, os consumidores "continuam gastando e têm contas sólidas, as ofertas de trabalho são abundantes e as empresas se mantêm saudáveis".

O diretor-executivo do Wells Fargo, Charles Scharf, destacou, por sua vez, taxas de inadimplência "historicamente baixas". A economia poderia evoluir tanto "para um pouso suave como para uma recessão severa", argumentou Dimon.

Sua homólogo do Citigroup, Jane Fraser, também descreveu o entorno macroeconômico como "complexo".

"Extremamente rentáveis"

O JPMorgan Chase se saiu um pouco melhor do que seus pares, com o lucro líquido caindo 17%, para US$ 9,7 bilhões. Enquanto isso, o Citigroup despencou 25%, para US$ 3,5 bilhões, o Morgan Stanley 30%, para US$ 2,5 bilhões, e o Wells Fargo 31%, para US$ 3,5 bilhões.

O volume de negócios do JPMorgan Chase cresceu 10% durante o período, para 32,7 bilhões de dólares, impulsionado por maiores lucros líquidos decorrentes de juros (+34%). O crescimento foi causado pelo aumento das taxas de juros decidida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e pelo aumento dos empréstimos concedidos.

O volume de negócios do Wells Fargo (+4%) também se beneficiou do aumento da receita líquida decorrente de juros (+36%), mas o banco se viu prejudicado pelos 2 bilhões de dólares gastos para enfrentar diversos escândalos relacionados com suas práticas comerciais.

Por outro lado, todos os estabelecimentos de Wall Street sofreram as consequências da queda das comissões geradas por seus bancos de investimento, já que as empresas evitam atualmente realizar grandes transações ou abrir seu capital na bolsa diante das incertezas econômicas. As comissões do Morgan Stanley foram as que mais caíram, 55%.

Embora as receitas decorrentes da corretagem do mercado de valores tenham caído no Morgan Stanley, no grupo Citi e no JPMorgan, as geradas pela corretagem de produtos de renda fixa aumentaram. O aumento das taxas de juros levou a um crescimento substancial da venda de títulos do Tesouro, explicou Gregori Volokhine, gerente de portfólio do Meeschaert Financial Services.

O JPMorgan também registrou perdas de 959 milhões de dólares por esse conceito. Segundo Volodine, os sinais de alerta são suficientemente numerosos, incluindo o aumento dos gastos com cartão de crédito, o que poderia significar que os consumidores têm menos dinheiro à disposição.

Apesar disso, os bancos continuam sendo "extremamente rentáveis", assinalou o especialista.


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