Bares e restaurantes de Porto Alegre pedem reabertura das atividades

Bares e restaurantes de Porto Alegre pedem reabertura das atividades

Estabelecimentos estão com atividades restritas desde 20 de março devido ao coronavírus

Cláudio Isaías

Estabelecimentos estão com atividades restritas desde 20 de março devido ao coronavírus

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Os bares e restaurantes de Porto Alegre estão ansiosos pela retomada das atividades. Fechados desde o dia 20 de março, em função do decreto municipal que restringiu o funcionamento em decorrência do novo coronavírus (Covid-19), os estabelecimentos comerciais querem a imediata abertura para que possam receber os clientes, mesmo que de forma reduzida, e também para que sejam mantidos os empregos.

Na manhã desta terça-feira, a proprietária Violene Girardi, do Restaurante e Confeitaria Albion, na zona Leste da cidade, disse que antes do decreto da prefeitura comercializava cerca de 150 refeições por dia. No período de restrição, o estabelecimento vendia 50 refeições diárias através do serviço de tele-entrega. "Sentimos a queda no movimento da padaria. Felizmente conseguimos manter os cinco funcionários durante esse período que o setor foi impactado pela pandemia da Covid-19", ressaltou.

Segundo ela, a liberação dos clientes deverá ser gradativa para evitar aglomerações. Ela sugeriu que as empresas não liberassem os trabalhadores no mesmo horário, o tradicional do meio-dia às 13h, para evitar uma superlotação de pessoas nos bares e nos restaurantes. "Quem sabe se faz a opção por horários alternativos de intervalo para evitar a lotação dos estabelecimentos", sugeriu.

Já Melissa Sanzi, proprietária do Restaurante Copacabana, na Praça Garibaldi (avenida Venâncio Aires com Erico Verissimo), no bairro Cidade Baixa, disse que está "pisando em ovos" sobre o que fazer nessa retomada das atividades. No período de fechamento, quase dois meses sem a presença de clientes, o estabelecimento comercial realizou o serviço de tele-entrega. "Será um período de incertezas nesse retorno. Vamos aguardar", comentou. 

No Café e Bistrô Fraporti, na avenida Venâncio Aires, no bairro Cidade Baixa, o proprietário Sandro Fraporti disse estar ansioso pela presença dos clientes. Inaugurado em dezembro de 2019, o local comercializou as refeições pelo serviço de tele-entrega. "A abertura dos bares e dos restaurantes é fundamental para fazer a roda da economia girar. Sem isso, não tem como manter os empregos", destacou.

No Ristorante Fontana, na avenida Venâncio Aires, o estabelecimento que recebia antes da crise, cerca de 400 a 500 pessoas por dia, o gerente Marco de Paoli afirmou que já está tudo preparado para a abertura do restaurante e para receber os clientes com segurança. "A ideia é manter um distanciamento das mesas, ter álcool gel e atender os clientes com toda a segurança", acrescentou.

Paoli disse que todos estão na expectativa de novamente ter o contato com os clientes no período do almoço e de noite. Dos 29 funcionários, quatro foram demitidos em função da crise causada pela Covid-19. "Queremos retomar as atividades o que vai ser bom para todos", explicou. Durante as restrições determinadas pelo decreto municipal, o restaurante operou pelo serviço de tele-entrega das refeições. 

"Não temos mais como segurar por tanto tempo sem a presença do cliente"

Além da abertura dos bares e restaurantes, as entidades ligadas ao setor lojista de Porto Alegre querem também que outros setores como lojas de rua, academias e shopping centers voltem a funcionar na Capital. O prefeito Nelson Marchezan já havia liberado a volta de parte de pequenos empreendedores, autônomos e profissionais liberais.

O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, disse que o setor está ansioso com o decreto que deve sair. "O nosso setor está todo ele muito bem preparado, distribuímos todos os protocolos e estão à disposição dos nossos associados, que são extremamente profissionais e competentes e vão cumprir em 110% todas as medidas de segurança", explicou.

Segundo Chmelnitsky, a retomada será lenta e gradual. "O importante é que nós vamos abrir e vamos reconstruir. Não podemos ter grandes expectativas, pois o momento não permite. Mas temos, sim, que aproveitar a situação para recriar os nossos nossos negócios e transmitir segurança ao nosso consumidor, pois nesse momento isso é o principal. Os consumidores têm que se sentir muito seguros em frequentar os nossos ambientes", acrescentou. 

O presidente do Sindilojas Porto Alegre e vice-presidente da Fecomércio/RS, Paulo Kruse, disse que é necessário que seja retomado funcionamento das lojas de rua e dos shopping centers da Capital. "Não temos mais como segurar por tanto tempo sem a presença do cliente. Cerca de 70% dos lojistas de shopping são pequenos empreendedores", ressaltou.

Na manhã desta terça-feira, os shopping centers Praia de Belas, João Pessoa, Iguatemi, Bourbon, Barra Shopping Sul, Rua da Praia e Iguatemi estavam apenas com o funcionamento das operações essenciais como caixa eletrônicos, farmácias, serviços de saúde, bancos, supermercados e Correios.

Na reunião virtual da diretoria da CDL Porto Alegre, conduzida pelo presidente Irio Piva, cada dirigente apresentou um diagnóstico das vendas de suas empresas durante o período da pandemia do novo coronavírus. O grupo também debateu as expectativas quanto às novas determinações da Prefeitura da Capital para abertura do comércio, que devem acontecer no início desta semana.

Entre os integrantes da entidade, existem diversos segmentos do comércio e de serviços, passando por vestuário, beleza, materiais de construção, pneus, alimentação, entre outros, com lojas de rua e nos shopping centers. Quem conseguiu manter suas atividades, os percentuais de vendas mostraram melhora gradativa, em especial para materiais de construção e acabamentos.

Piva informou que os empresários estão preparados para seguir rigorosamente todos os protocolos pré-determinados, e que já é possível contemplar uma camada bem mais significativa de atividades comerciais neste novo decreto.

Em nota, a CDL Porto Alegre reafirma seu compromisso em acolher as necessidades dos varejistas, auxiliando-os a transpor os entraves da disseminação da Covid-19. A entidade tem a convicção de que a unidade do setor fará grande diferença neste momento tão delicado e de apreensão para todos. 


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