BC diz que é muito cedo para reduzir juros e indica junho de 2023 para início do corte

BC diz que é muito cedo para reduzir juros e indica junho de 2023 para início do corte

A taxa Selic foi mantida em 13,75% ao ano na reunião do Copom deste mês, encerrando o mais longo ciclo de alta

AE

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

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O Banco Central indicou que o novo governo em 2023 deve conviver ao menos seis meses com os juros básicos da economia, a taxa Selic, parados em 13,75% ao ano.

Em coletiva de imprensa sobre o RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, repetiu que o Copom (Comitê de Política Monetária) acha muito cedo “para pensar” em corte de juros e depois sinalizou que o BC está confortável com o início da redução da taxa a partir de junho de 2023, como prevê a maioria dos analistas no Boletim Focus.

"Temos dito que achamos muito cedo para pensar em corte de juros e fizemos uma comunicação de acordo na última ata e no comunicado do Copom”, disse. “Usando a curva do Focus com corte em junho, mostramos que a gente atinge nossos objetivos”, completou, em referência à convergência da inflação para a meta.

O BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano no Copom deste mês, decretando o fim de seu mais longo ciclo de alta, com o maior choque de juros em 23 anos. Agora, a estratégia é manter a taxa nesse nível por “período suficientemente prolongado”, de modo a assegurar a convergência da inflação para a meta. Mas o BC já alertou que, caso a desaceleração da inflação não ocorra como o esperado, pode voltar a subir os juros.

No Boletim Focus, a expectativa é de que o primeiro corte, no dia 21 de junho, seja para 13,50%, terminando o ano de 2023 em 11,25% e de 2024 em 8,00% ao ano. Nesse cenário, o BC projeta que o IPCA – o índice de inflação oficial – terminaria o ano que vem em 4,6%, próximo do teto da meta, de 4,75%, mas o seguinte em 2,8%, “ao redor” da alvo central de 3,0%. Os cálculos apresentados pelo BC no RTI mostram que a probabilidade de estouro do objetivo é de 46%, de 29% no relatório anterior, de junho. Já, em 2024, essa chance é de 11%.

Atualmente, o foco de atuação da política monetária para colocar a inflação na meta considera os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024. Mas com os ruídos derivados das desonerações tributárias sobre os combustíveis e a incerteza sobre a duração da medida, o BC prefere dar ênfase na projeção de inflação para o ano encerrado no primeiro trimestre de 2024.

Como o horizonte de atuação é móvel, cada vez mais, o BC vai focar no ano de 2024. Em junho de 2023, momento em que o mercado financeiro prevê o primeiro corte de juros, o BC já estaria olhando integralmente para o cumprimento da meta no ano seguinte, devido às defasagens típicas da política monetária - tempo que demora para o aumento de juros fazer efeito na economia.

Na coletiva de imprensa, Campos Neto evitou, contudo, dizer quão “suficientemente prolongada” deve ser a manutenção da Selic em níveis elevados para se que chegue às metas de inflação.

“Vai depender de como o processo inflacionário se desenvolve. Não temos como quantificar o que suficientemente prolongado. Deixamos claro que existem riscos para as projeções, que estamos vigilantes e que podemos inclusive voltar a subir os juros”, destacou.

Após o RTI, o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, continuou a avaliar que o cenário mais provável é de manutenção da taxa Selic em 13,75% até junho de 2023. Para ele, porém, o cenário alternativo mais provável é de os cortes começarem mais tarde, não mais cedo, devido a riscos relacionados à política fiscal em 2023 e à alta de juros nos Estados Unidos.

PIB

Hoje, o BC ainda atualizou a sua projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano de 1,7% para 2,7% e publicou pela primeira vez a estimativa para o ano que vem, de expansão de 1,0%. No mercado financeiro, as projeções são de 2,67% e 0,50%, respectivamente. Segundo o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, a diferença para 2023 reside na alta robusta prevista pela autarquia para a agropecuária, de 7,5%. 


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