BNDES vai à Justiça contra empresa de chips

BNDES vai à Justiça contra empresa de chips

Banco emprestou R$ 201,8 milhões para implantação de fábrica que nunca aconteceu

AE

Banco emprestou R$ 201,8 milhões para implantação de fábrica

publicidade

Concebida para ser uma "campeã nacional de tecnologia", a fábrica de semicondutores Unitec virou uma dor de cabeça para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), seus demais sócios e financiadores. Após anos tentando viabilizar a operação, o banco e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) recorreram à Justiça para tentar recuperar milhões em créditos inadimplentes. O BNDES pediu a busca e apreensão de máquinas e equipamentos da fábrica, que fica em Ribeirão das Neves (MG).

Iniciado em 2012, o projeto era considerado estratégico dentro da política industrial do governo do PT, já que a importação de semicondutores gera um déficit comercial ao País. Chamada à época de SIX Semicondutores, a empresa tinha como principal sócio privado o empresário Eike Batista e sofreu seu primeiro revés com a derrocada do grupo X. A parte de Eike na sociedade acabou transferida à Corporácion America, do argentino Eduardo Eurnekian, em 2014. A produção de chips, entretanto, nunca decolou.

Em ação movida na 26.ª Vara Federal do Rio de Janeiro, o BNDES diz que emprestou R$ 201,8 milhões para a implantação da fábrica em contratos firmados em 2012 e 2013. Desse total, R$ 173,1 milhões foram liberados (R$ 253,1 milhões em valores atualizados) Parte disso, foi garantida por hipoteca (40%) e parte por propriedade fiduciária (60%).

Justiça

O caso é complexo porque, além de credor, o BNDES é um dos principais sócios da empresa, com 33,02%. A busca e apreensão foi autorizada pela juíza federal Frana Elizabeth Mendes em 15 de agosto, mas a Unitec conseguiu suspender a medida no início de novembro. A empresa alegou que a expropriação dos equipamentos "acarretará perdas irreparáveis".

Na petição, a empresa diz que se a chamada "sala limpa" - onde estão instalados parte dos equipamentos - for violada, milhões de reais serão "jogados no lixo". Procurado, o BNDES preferiu não comentar o imbróglio. Já a diretoria da Finep, que entrou no projeto apenas como financiadora, informou que o contrato da instituição com a empresa "se encontra em execução judicial". O crédito concedido à empresa pela Finep foi de R$ 207 milhões.

O BDMG foi intimado no processo do BNDES, mas também não quis se manifestar sobre o tema. O portal da Unitec na internet está fora do ar e, segundo o Estadão/Broadcast apurou, atualmente menos de dez pessoas trabalham em Ribeirão das Neves. Até a conclusão desta edição, o Estadão/Broadcast não conseguiu contato com executivos da empresa. 


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895