Busca por emprego exige paciência em Porto Alegre

Busca por emprego exige paciência em Porto Alegre

Agência do Sine no Centro chega a receber 2,5 mil pessoas por semana

Nereida Vergara

Agência do Sine no Centro chega a receber 2,5 mil pessoas por semana

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Com a redução gradativa dos postos de trabalho em razão da crise econômica, buscar uma vaga de emprego tem sido um exercício de paciência. Que o diga o motorista Alessandro Amaral, que frequenta as fileiras da agência FGTAS/SINE da rua José Montaury, no Centro Histórico, desde março de 2015, sem conseguir um trabalho com registro em carteira. “Eu estou fazendo bicos desde o ano passado. Mas está difícil, com três filhos para sustentar. O jeito é não perder a esperança e tentar”, garante.

Na mesma situação, Ana Paula Lima dos Santos , afirma estar pronta para pegar qualquer posto que lhe ofereçam. Mãe de uma criança de um ano, Ana Paula tem experiência como babá e vendedora. “Não dá para escolher, preciso sustentar a mim e milha filha sozinha, então estou estou disposta a encarar o que tiver”, diz.

Segundo o coordenador de seleção da agência, Luciano Mirales, os casos relatados pelos candidatos são uma rotina. A agência recebe cerca de 2,5 mil pessoas por semana, entre busca de vagas e solicitações de seguro desemprego. Nesta semana, estão sendo oferecidos 840 postos, com salários na média de dois a três salários mínimos. “Nas segundas e terças-feiras, atendemos tranquilamente 500 pessoas por dia e os relatos são preocupantes”, afirma.

Procura e número de vagas aumentaram em 2016

Luciano estima que a procura por vagas nos primeiros dois meses de 2016 aumentou, como também foi registrada uma alta na oferta de colocações. “Nós vivemos em 2015 uma temporada de demissões e de retração nas posições no mercado de trabalho. Agora, especialmente no comércio, está havendo uma retomada”, avalia.

O coordenador também destaca que está havendo uma mudança de perfil no trabalhador que procura a agência, antes predominantemente com ensino fundamental. “Tem aumentando muito o número de trabalhadores bastante qualificados, que já exerceram cargos de gestão, dispostos a aceitarem qualquer oferta, até mesmo em portarias. O desespero está fazendo o trabalhador querer se colocar da forma que for possível, para não ficar esperando”, afirma Luciano, que dispõe na agência de 20 atendentes para ajudar quase 10 mil pessoas por mês. 

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