Campanha de boicote contra empresas que apoiam Israel avança no Oriente Médio

Campanha de boicote contra empresas que apoiam Israel avança no Oriente Médio

Indignação gerou um boicote contra empresas associadas aos aliados de Israel, especialmente marcas americanas

AFP

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Em um pequeno mercado no Bahrein, Jana Abdullah, de 14 anos, verifica com seu tablet se algum dos produtos que ela vai comprar está na lista de marcas ocidentais acusadas de apoiar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.

Jana costumava comer no McDonald's com seu irmão mais novo, mas eles aderiram a uma campanha online lançada em vários países do Oriente Médio para boicotar marcas ocidentais acusadas de serem pró-israelenses.

"Começamos a boicotar todos os produtos que apoiam Israel em solidariedade aos palestinos", contou Jana à AFP. "Não queremos que nosso dinheiro contribua para prolongar os combates".

Essa campanha, divulgada pelas redes sociais, ganhou adeptos após o início do conflito, desencadeado por um sangrento ataque lançado em 7 de outubro pelo movimento palestino Hamas em Israel, que deixou 1.400 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva implacável sobre Gaza, e o Hamas, que governa o território palestino, afirma que os ataques israelenses causaram 10.022 mortes.

Em vários países do Oriente Médio, a indignação gerou um boicote contra empresas associadas aos aliados de Israel, especialmente marcas americanas.

Ao nível institucional, Turquia e Jordânia chamaram de volta seus embaixadores em Israel, e a Arábia Saudita suspendeu as negociações para normalizar seus laços.

Mensagem de impacto

Essa iniciativa lançada por jovens adeptos da tecnologia inclui extensões de navegador, sites e aplicativos para identificar produtos que estão na lista proibida.

Mas eles também recorreram a métodos tradicionais, como outdoors. Na beira de uma das autoestradas do Kuwait, um enorme painel exibe imagens de crianças feridas com a mensagem "Você matou um palestino hoje?".

O apoio do Ocidente à ofensiva israelense na Faixa de Gaza "reforçou o movimento de boicote no Kuwait", disse Mishari al Ibrahim, um ativista local.

"Criou uma imagem entre os kuwaitianos de que os slogans do Ocidente e o que eles dizem sobre direitos humanos não se aplicam a nós", declarou.

A rede de fast-food americana McDonald's está no centro da polêmica, pois sua filial em Israel anunciou no mês passado que forneceria refeições gratuitas aos soldados israelenses.

Após os apelos ao boicote da marca, a franquia do Kuwait anunciou que doará mais de 160 mil dólares (782 mil reais, na cotação atual) em ajuda para os habitantes de Gaza.

No Catar, o McDonald's prometeu doar 275 mil dólares (1,34 milhão de reais) para o território palestino e afirmou em um comunicado que é uma entidade diferente das filiais da rede em Israel.

"Não pague o preço das balas"

Alguns estabelecimentos ocidentais no Catar tiveram que fechar as portas após os proprietários expressarem opiniões nas redes sociais consideradas muito favoráveis a Israel.

A cafeteria da rede americana Vida Miami e a confeitaria britânica Maitre Choux foram alguns deles.

Na Jordânia, várias mensagens nas redes pedem aos consumidores que "não paguem o preço das balas" e evitem comprar produtos israelenses. Em uma loja na capital, Amã, Abu Abdullah examina atentamente o rótulo de uma garrafa de leite.

"É fabricada na Tunísia", constatou este homem que defende com afinco o boicote. "É o mínimo que podemos fazer por nossos irmãos em Gaza".


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