Campos Neto diz que Brasil teria forte recessão se juros não estivessem altos

Campos Neto diz que Brasil teria forte recessão se juros não estivessem altos

Presidente do Banco Central diz esperar condições mais favoráveis para reduzir Selic: "Timing técnico é diferente do timing político"

R7

Campos Neto é bacharel e mestre em economia pela Universidade da Califórnia

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (21) que se a entidade não tivesse elevado ao longo dos últimos anos o patamar da taxa básica de juros da economia, a Selic, o país estaria sob uma forte recessão econômica e que a inflação estaria na casa dos 10% atualmente.

“Se a gente não tivesse subido os juros, a inflação de 5,8% seria de 10%. A inflação esperada para o outro ano seria de 14%. Se isso tivesse acontecido, basicamente, teríamos que estar com juros de 18,75% hoje para ter o mesmo objetivo”, analisou Campos Neto, em discurso na Lide Brazil Conference, em Londres.

Na quinta-feira (20), no mesmo evento, ele tinha sido cobrado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a reduzir a taxa de juros de maneira imediata para que o Brasil volte a crescer. Campos Neto, no entanto, afirmou que o Banco Central espera condições econômicas mais favoráveis para cortar a Selic.

“O timing técnico é diferente do timing político. Por isso que a autonomia é importante, para dar à sociedade a garantia que a gente tem funcionários técnicos tomando decisões técnicas. Nenhum banqueiro central gosta de subir juros. Então, a gente obviamente quer achar as condições e estruturar para que isso aconteça”, disse o presidente do Banco Central.

Segundo ele, a pressão para que haja redução da taxa de juros é um "elemento político". “O custo de combater a inflação é alto e é sentido primordialmente no curto prazo, mas o custo de não combater a inflação é muito mais alto e perene. Teríamos que, muito provavelmente, subir os juros para o ano que vem, colocando o país em uma recessão entre 3% a 4%”, analisou.

O presidente do Banco Central negou que haja uma atuação política por parte da gestão dele, visto que Campos Neto foi indicado para o posto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O Banco Central fez a maior alta de juros em um ano de eleição histórica do Brasil. Isso mostra que o Banco Central atua de forma bastante independente durante o processo de eleição e isso tem várias vantagens, porque na política monetária, quando você atua antes, o custo é menor.”


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