Com mercado externo, dólar fecha em queda, a R$ 5,08

Com mercado externo, dólar fecha em queda, a R$ 5,08

Ibovespa apaga perdas do ano, com impulso externo e termina o dia aos 116.148,63 pontos

AE

Moeda norte-americana engatou queda nos negócios da tarde, após uma manhã volátil

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O dólar engatou queda nos negócios da tarde, após uma manhã volátil. As moedas emergentes ganharam força nesta terça-feira no mercado externo, e o real acompanhou este movimento, em dia também de queda da divisa dos Estados Unidos nos países desenvolvidos e recorde histórico do Nasdaq. A entrada de fluxo externo para aplicações na Bolsa brasileira e renda fixa também ajudaram a retirar pressão do câmbio, mesmo persistindo as dúvidas sobre a situação fiscal do Brasil, destacam operadores. No mercado à vista, o dólar fechou em baixa de 0,66%, cotado em R$ 5,0889. No mercado futuro, o dólar para janeiro caiu 0,72%, a R$ 5,0825.

"A incerteza e as preocupações sobre a dinâmica fiscal continua a pesar no real", disse nesta tarde o estrategista de Moedas e Juros em Mercados Emergentes da Ohmresearch Independent Insights, Gautam Jain, em live para comentar a tendência das moedas em 2021. No ano, a moeda brasileira segue com o pior desempenho ante o dólar. O ambiente está e deve seguir favorável a moedas emergentes pela frente, em meio à tendência de o dólar seguir fraco com a alta liquidez internacional, ressaltou. "Se o teto de gastos for mantido, o real pode ter desempenho positivo, acompanhando seus pares. Se não for mantido, o real vai ter performance pior", disse Jain.

A última semana completa de negócios de 2020, antes dos feriados de Natal e Ano Novo, vêm sendo marcada por renovada fraqueza do dólar no mercado internacional, destaca o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. Pelo lado americano, o início do processo de vacinação e a crescente perspectiva de um acordo em Washington para votar um pacote fiscal nos próximos dias vem ajudando a estimular a busca por risco, o que faz investidores venderem dólares. Na Europa, a perspectiva de acerto entre Reino Unido e União Europeia para um acordo pós-Brexit está ajudando a enfraquecer ainda mais a moeda americana, porque a libra tem disparado.

Na segunda-feira, o real não se beneficiou deste movimento favorável externo, por conta dos ruídos fiscais. Mas hoje, sem notícias negativas sobre o tema e com a votação da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) mantida para amanhã, o dólar voltou a cair. Na tarde de hoje Jair Bolsonaro voltou a falar da não prorrogação do auxílio emergencial, falando que a medida acaba este mês.

A maioria dos investidores e gestores ouvidos pela Bank of America este mês (69%) ressalta que o maior risco de cauda para 2021 no Brasil é a situação fiscal, ante 63% do levantamento feito em novembro, seguido pelos ruídos políticos (12%). Ao mesmo tempo, investidores estão otimistas com ativos de risco e 69% veem o dólar caindo abaixo de R$ 5,10 até o final de 2021, em meio à busca por ativos de risco.

Ibovespa

O Ibovespa voltou a romper o nível dos 116 mil pontos e zerou, nesta terça-feira, as perdas do ano de 2020. Esta foi mais uma sessão marcada pelo fluxo estrangeiro, que também alimenta as apostas domésticas para o índice. No exterior, o desfecho cada vez mais próximo de uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos impulsiona a busca por risco, fazendo Nasdaq renovar máxima histórica. No cenário local, o investidor segue atento ao desenlace das reformas em 2021.

O índice terminou a sessão aos 116.148,63 pontos (1,34%), maior nível de fechamento desde 19 de fevereiro (116.517,59 pontos). No ano, agora, as perdas foram zeradas e há pequeno ganho acumulado de 0,44%.

Do exterior, mais uma vez, veio o noticiário que deu o combustível ao movimento. Cresce no mercado a percepção de que republicanos e democratas chegarão, nesta semana, a um acordo sobre o novo pacote fiscal. A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e o presidente eleito, Joe Biden, pediram, ontem à noite, celeridade nas discussões. Hoje, Pelosi convidou parlamentares dos dois partidos para uma reunião.

Assim, vem do exterior a demanda por ativos de risco. No caso brasileiro, destaque para as altas de blue chips - Bradesco ON (+0,55%), Vale ON (+1,14%) e Petrobras ON (+1,29%).

No pregão, os papéis de siderúrgicas também foram marcados por melhora de recomendações de bancos estrangeiros.

O Goldman Sachs elevou a da CSN de neutra para compra e o Morgan Stanley alterou a da Gerdau de equal-weight (em linha com a média do mercado) para overweight (desempenho acima da média do mercado). As ações dessas companhias tiveram ganhos respectivos de 3,45% e 4,34% hoje.

Juros

A terça-feira foi de queda consistente ao longo de toda a curva de juros. O apetite pelo risco no exterior ajudou ativos de economias emergentes em geral e, internamente, na ausência de notícias negativas vindas de Brasília, o último leilão de NTN-B 15/5/2023, da série de quatro anunciada pelo Tesouro no começo de outubro, foi o destaque para o segmento de prefixados. A oferta bem menor que a esperada também contribuiu para o alívio nos prêmios. A ata do Copom reforçou os principais pontos do comunicado da reunião de quarta-feira, de que o forward guidance deve ser suprimido em breve e, ainda que não imediatamente após a retirada, haverá aperto monetário em 2021.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a sessão regular e a estendida em 2,945% (3,09% ontem no ajuste), abaixo de 3% pela primeira vez desde 25 de setembro (2,85%). A do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,370% para 4,275% (regular) e 4,270% (estendida) e a do DI para janeiro de 2025, de 5,934% para 5,83% (regular e estendida). A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 6,67% e 6,68%, regular e estendida, de 6,793% ontem.

O recuo no começo do dia era tímido e só ganhou tração depois que o Tesouro publicou o edital do leilão, com oferta de 1,250 milhão de NTN-B, surpreendendo o mercado, que esperava um lote bem maior. "O mercado de pré hoje teve esse 'q' a mais. O leilão foi pequeno e agora em 2020 só tem mais o de quinta-feira, ou seja, é um grande tomador do mercado que vai sair de cena", diz um gestor. Ele explica que, como o anterior foi de 8 milhões, o mercado montou posições para um leilão grande nesta terça-feira, mas teve de desmontar sua estratégia com o volume mais baixo do lote. O DV01 (risco do mercado) de quase R$ 7 milhões no leilão anterior hoje ficou em R$ 1,07 milhão.

Além do leilão, a ata do Copom foi outro destaque do dia, mas com efeito limitado sobre a curva, ao ficar em linha com o comunicado. "Não adicionou muito ao statement, mas deixou claro que o forward guidance vai sair em no máximo mais duas reuniões", disse o gestor citado mais acima.

Na leitura da ata feita pelo Banco Fator, o forward guidance deve ser abandonado na medida em que as previsões de inflação para 2021 forem se elevando e que 2022 vá tendo mais peso no horizonte relevante da política. "Nas condições atuais, isto deve ocorrer na reunião de maio do Copom (mais provável) ou na de abril (menos provável). Mantidas as condições atuais, na reunião de junho (mais provável) ou na de agosto (menos provável), o Copom deve iniciar ciclo de alta da Selic", afirma o economista-chefe José Francisco Lima Gonçalves.


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