Crise provoca demissões em Santa Rosa
Cenário de dificuldades no setor metalomecânico preocupa trabalhadores e representantes da indústria <br />
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A avaliação da categoria é que a alta taxa de juros para compra de máquinas e implementos agrícolas é um dos fatores que levou à crise. “Nem com o lançamento do Plano Safra a situação se ameniza. A esperança é que a compra de máquinas seja retomada, mediante a redução na taxa de juros.” O dirigente diz que, além das demissões, empresas reduzem a jornada diária ou suspendem um dia de trabalho na semana. Hoje, a negociação da categoria com a indústria está focada no aumento do salário-base de acordo com a inflação acumulada, de 8,34% mais 3%.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Santa Rosa (Simmme-SR), Paulo Cesar Kurylo, diz que o cenário vai além das demissões. “As indústrias não investem mais, e o faturamento caiu pela metade”, revela. Ele conta que o quadro de pessoal reduziu em 40%, de maio de 2014 para o mesmo mês deste ano, e que o problema é a crise financeira do Brasil. O presidente diz que há grande insegurança do investidor agrícola. “O juro está alto e ele sabe que vai baixar. Pode demorar, mas vai baixar. Então, espera para comprar uma máquina nova e reforma a que tem, para comprar no próximo ano, quando o juro estiver baixo. Isso afeta toda a produção.”
Kurylo afirma que a crise é interna, com expectativa de mudança apenas em 2017. O Simmme-SR responde por mais de 200 empresas na região, em Santa Rosa, Horizontina, Três de Maio, Santo Cristo, Giruá, Tuparendi e Tucunduva. Segundo o sindicato, de um quadro de 2,8 mil postos, mil já estão desocupados.
Saldo negativo
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