Dólar apresenta maior queda diária em três semanas e fecha março em R$ 5,62

Dólar apresenta maior queda diária em três semanas e fecha março em R$ 5,62

Avanço no trimestre foi de 8,4%

AE

Dólar fechou a R$ 5,62

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Muito embora em queda forte nesta quarta-feira, que se acentuou na parte da tarde, o dólar encerra o mês de março praticamente no zero a zero, avanço de 0,41%. Entretanto, no primeiro trimestre a evolução foi de 8,48%, começando o ano no segmento à vista cotado a R$ 5,2681 para fechar o dia a R$ 5,6286 (recuo de 2,31%). No meio deste caminho encontrou o pico na casa dos R$ 5,80 no intraday.

O movimento na sessão de negócios desta quarta-feira esteve bastante alinhado com o de divisas de pares emergentes que ganharam força ante a moeda norte-americana, ainda que os juros dos títulos do governo norte-americano apontassem alta - o rendimento dos treasuries com vencimento em dez anos chegou a 1,74590%. O real foi o que mais se valorizou na comparação com uma cesta de 34 moedas.

Para especialistas em câmbio, também houve certo alívio nas tensões políticas, a despeito do troca-troca ministerial, mas com a percepção de que o Congresso ganha força sobre o governo e a condução da crise sanitária.

Segundo Fernanda Consorte, economista-chefe da Ouroinvest, embora tenha havido uma escalada nas últimas semanas, algumas derrotas do governo para o Congresso, que cresceu com isso, podem ter dado algum fôlego aos agentes do mercado e isso é espelhado na taxa de câmbio. "Mas, ainda que recuando, o nível dos R$ 5,60 é muito alto e aponta para a conjuntura ruim que vivemos no país", ressalta.

Segundo ela, o risco embutido na taxa de câmbio atual está mais voltado para questões domésticas, como a demora no processo de vacinação dentro da crise sanitária, as perspectivas de um Produto Interno Bruto (PIB) negativo nestes primeiros três meses do ano, além das questões políticas.

Pela manhã, em um movimento técnico, o dólar chegou a escalar à marca dos R$ 5,77, mas firmou tendência de baixa em meio à briga pela definição da Ptax referencial do fim de março e do primeiro trimestre entre investidores vendidos e comprados em contratos cambiais.

Para Consorte, olhando para frente, um ponto de convergência nessa conjuntura seria a aceleração no processo de vacinação. Ela lembrou que, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que, em abril, o país já poderá estar imunizando 1 milhão de pessoas por dia. "Podemos chegar a níveis melhores na taxa de câmbio, se a vacinação acelerar."

Bolsa

Em sentido contrário ao de Nova York na sessão, o Ibovespa interrompeu série de quatro ganhos diários, mas conseguiu sustentar a linha de 116 mil no fechamento desta quarta-feira, acumulando alta de 6,00% em março, que limitou as perdas do índice neste primeiro trimestre a 2,00%. Fechou o dia em leve baixa de 0,18%, aos 116.633,72 pontos, entre mínima de 115.932,42 pontos e máxima de 117.248,51 pontos, com giro financeiro a R$ 32,1 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa acumula ganho de 1,61% até o fechamento desta quarta-feira.

O desempenho das ações de bancos (Bradesco PN -2,16%, Itaú PN -1,93%) segurou o Ibovespa, em dia positivo para as ações de commodities (Petrobras ON +1,53%, Vale ON +0,93%), de siderurgia (CSN +2,79%, Gerdau PN +2,58%) e utilities (Eletrobras ON +3,38%).

Na ponta do Ibovespa, Equatorial (+8,39%), à frente de CCR (+6,34%) e Cielo (+3,91%). No lado oposto, Yduqs (-4,74%), Gol (-3,67%) e Lojas Renner (-3,03%).

Preocupações em torno do Orçamento de 2021 impediram que o Ibovespa usufruísse da queda acentuada do dólar à vista (-2,31%, a R$ 5,6286), em sessão na qual a atenção global esteve voltada ao anúncio de pacote de até US$ 3 trilhões para a infraestrutura nos Estados Unidos, que tende a reforçar o 'trade off' entre crescimento e inflação na maior economia do mundo, em ambiente de adição de estímulos fiscais e de política monetária ainda bem afrouxada.

Assim, emerge também a expectativa por aumento de impostos para ajudar a financiar a nova rodada de estímulos, ante o avanço do endividamento público nos EUA. A proposta do presidente Joe Biden para a infraestrutura será anunciada ainda nesta quarta-feira.

Aqui, com taxa de desemprego a 14,2% no intervalo de três meses até janeiro, maior nível para o período na série histórica, e agora com recorde de desalentados, a pressão sobre o fiscal, às vésperas do reinício, na próxima semana, da distribuição do auxílio emergencial, permanece sob o foco do mercado.

Assim, em paralelo a um grau maior de pressão sobre a curva de juros, o Ibovespa chegou a perder a linha de 116 mil pontos ainda no começo da tarde, quando foi sinalizado que o relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), estaria disposto a cortar apenas R$ 10 bilhões em emendas parlamentares, bem abaixo do considerado essencial para restabelecer equilíbrio à peça encaminhada nesta quarta para sanção do presidente Jair Bolsonaro - sem indicação até o momento de que haverá vetos, apesar da contrariedade da equipe econômica ao texto aprovado.


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