Dólar cai e Ibovespa fecha em alta com influência externa

Dólar cai e Ibovespa fecha em alta com influência externa

Índice terminou o dia com 108 mil pontos

AE

Índice terminou o dia com 108 mil pontos

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Indicadores econômicos internacionais positivos ativaram o apetite por risco nas bolsas pelo mundo nesta sexta-feira e o Índice Bovespa acompanhou o tom otimista. Em alta desde a abertura, o Índice Bovespa terminou o dia aos 108.195,63 pontos, com ganho de 0,91%. Assim, anulou a leve perda que contabilizava na semana, passando a registrar alta de 0,77% no período. Dessa forma, o índice teve sua quarta semana consecutiva de ganhos.

Apesar do noticiário doméstico escasso, típico das sextas-feiras, analistas reforçam que o clima seguiu positivo no cenário interno, com os investidores já à espera dos eventos importantes esperados para a próxima semana, com destaque para o leilão da cessão onerosa e o encaminhamento de medidas econômicas do ministro Paulo Guedes.

Segundo análise gráfica da corretora Itaú BBA, o Ibovespa segue em tendência de alta no curto prazo, tendo como primeira resistência os 108.400 pontos, patamar do último recorde histórico registrado. Superada essa marca, o índice teria fôlego para partir em direção aos objetivos de 114.000 e 120.000 pontos. Do lado da baixa, o índice tem suporte em 106.700 pontos.

Os analistas da instituição reforçam que "ventos favoráveis impulsionam os mercados", citando os recordes do Ibovespa e do índice americano S&P-500 nesta semana. Para Pedro Galdi, analista da corretora Mirae, a semana que se aproxima pode ser promissora. Embora não se espere resultados financeiros surpreendentes, ele estima que a combinação entre boas notícias internas e externas pode levar o Ibovespa a registrar novos recordes nos próximos pregões. "De repente, se Estados Unidos e China assinam algum acordo... E teremos Paulo Guedes falando sobre as medidas. A semana pode ser bem positiva", disse.

O volume de negócios do dia foi expressivo e somou R$ 20,7 bilhões. O montante acima da média animou operadores que vêm acompanhando o leve, mas constante restabelecimento de recursos externos na bolsa. Já são oito dias consecutivos de ingressos de dinheiro de não-residentes, atingindo a marca dos R$ 3 bilhões.

Na última quarta-feira, entraram R$ 493,618 milhões. Entre os destaques da tarde estiveram as ações da Petrobras, que enfrentaram intensa volatilidade, em meio a especulações em torno do leilão da cessão onerosa e até mesmo sobre o vazamento de óleo nas praias do Nordeste. Embora não houvesse qualquer notícia concreta a respeito dos assuntos, os papéis alternaram altas e baixas diversas vezes, antes de terminarem o dia com ganhos discretos. Assim, deixaram de refletir os ganhos expressivos do petróleo no mercado internacional, na faixa dos 3%.

Dólar 

Sem sinal certo nesta semana, o câmbio oscilou e testou o nível psicológico dos R$ 4, dia acima, dia abaixo. Após uma semana carregada de indicadores, entre eles as decisões de política monetária brasileira e americana, o Produto Interno Bruto (PIB) e os dados de emprego dos EUA, o dólar terminou com queda acumulada de 0,32% nos últimos cinco dias.

Nesta sexta-feira, o bom humor global levou a um maior apetite a risco e a moeda terminou o dia cotada em R$ 3,9949, uma queda de 0,36%. A divisa brasileira não encerrava uma semana abaixo dos R$ 4 desde 9 de agosto. Já no fim do pregão, o câmbio se afastou da mínima, quando tocou os R$ 3,97, e perdeu parte do fôlego após especulações sobre ofensivas contra o leilão da cessão onerosa, marcado para semana que vem. Há uma expectativa de entrada forte de recursos com o certame. Na máxima do dia, o dólar tocou os R$ 4,0092.

A cautela que abriu a semana - pré-indicadores importantes - evoluiu ao longo dos últimos dias para um ambiente de maior apetite ao risco, sobretudo após as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na quarta-feira, de que a autoridade monetária está comprometida em estender a expansão da economia americana.

Nesta sexta, os dados de emprego dos Estados Unidos bem acima do esperado renovaram os ânimos do investidor ao sustentar as apostas de manutenção das taxas dos Fed funds pelo menos até o primeiro trimestre do ano que vem. Além disso, o arrefecimento de tensões externas nas últimas semanas ajudou a diminuir a cautela do investidor: "Globalmente há o arrefecimento de tensões comerciais e também uma leitura de que o Brexit, mesmo que nebuloso, ocorrerá com acordo. A diluição da cautela com esses dois assuntos permitiram arrefecimento dos ganhos que o dólar acumulou. A aprovação da reforma da Previdência se somou a esses ganhos externos e permitiu que essas posições mais cautelosas fossem desmontadas", disse o operador da Hcommcor corretora, Cleber Alessie. Com isso, o interesse por emergentes aumentou e o dólar apresentava, nesta tarde, queda ante a maior parte das moedas desses países. 

Mesmo frente a uma cesta de moedas fortes, medidas pelo índice DXY, o dólar perdeu fôlego e, às 17h, tinha queda de 0,17%. Internamente, comanda as cotações desde a semana passada - pesando o dólar para baixo - a expectativa com o leilão da cessão onerosa, marcado para dia 6 de novembro. São esperados R$ 100 bilhões em investimentos, parte externos, o que causaria uma massiva entrada de dólares no país. Esse deve ser o fator doméstico preponderante na próxima semana, além da expectativa com o pacote de reformas prometido pelo governo para endereçar os gastos públicos.

"Na próxima semana teremos o leilão da cessão onerosa do pré-sal (quarta-feira) e o anúncio de medidas econômicas por Paulo Guedes, em que pese lermos notícias de que estas medidas deverão sofrer muitas alterações no Congresso", apontou, em relatório o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior. Para ele, os leilões de petróleo podem ser um bom gatilho para que o dólar consiga se firmar abaixo dos R$ 3,98.

O economista e sócio da Journey Capital, Victor Candido, pondera que já no fim do pregão os investidores ajustaram expectativas com o leilão. Para ele, há possibilidade de que a Petrobras arremate parte dos campos de exploração, o que diminui a participação de estrangeiros na proporção esperada pelos investidores. Além disso, pesou no fim do dia especulações sobre ofensivas contra o leilão. Ele destaca que, por outro lado, há sinais de um fluxo de emergentes entrando no país, afora o certame da cessão onerosa. A posição dos investidores na B3 será melhor conhecida na segunda-feira.

Taxas de juros

O aumento do apetite pelo risco no exterior, o dólar em queda e a leitura da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de setembro proporcionaram alívio aos prêmios na curva de juros nesta primeira sessão de novembro. No fechamento da etapa regular, nesta sexta-feira, as taxas a partir do miolo recuavam, mas as curtas perdiam um pouco do fôlego e terminaram perto dos ajustes de quinta. Ao longo da semana, marcada pelo tom cauteloso do comunicado do Copom sobre o plano de voo para o começo de 2020, as taxas curtas acumularam cerca de 10 ponto-base de alta, enquanto as longas, ao contrário, recuaram até cerca de 15 pontos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou em 4,47%, de 4,489% quinta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 5,411% para 5,37%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 5,98%, de 6,031%. "O dia como um todo foi bom para ativos de risco, apesar de o comunicado do Copom ter sido mais cauteloso. O câmbio esteve tranquilo e tivemos também a PIM mais fraca", afirmou o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, Mauricio Patini. Ele destacou que apesar de o payroll ter mostrado criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos acima do previsto, o crescimento do salário médio por hora ficou abaixo do esperado, o que afasta receios sobre pressão inflacionárias vindas do mercado de trabalho. "O dado do ISM também veio aquém do estimado", reforçou.

Após o comunicado do Copom na quarta-feira ter alertado que "o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela em eventuais novos ajustes no grau de estímulo", se referindo às decisões de política monetária após dezembro, o mercado ampliou suas expectativas para próximos dados de atividade. A percepção de aumento no ritmo de recuperação da economia será diretamente associada à mensagem do Copom. Mas a produção industrial de setembro não endossou essa ideia, ajudando, ao contrário a sustentar as apostas de queda da Selic, ainda que em ritmo menor do que 0,50 ponto porcentual, no primeiro trimestre de 2020. O aumento de 0,3% ante agosto decepcionou parte do mercado, ao ficar bem abaixo da mediana das estimativas (0,7%). Houve queda de 0,5% na produção de bens de capital, o que está associado aos investimentos.

No terceiro trimestre, o crescimento ficou em 0,3%. Como o Copom alertou sobre o estágio econômico, mas, ao mesmo tempo, trouxe projeções de inflação abaixo das metas em cenários com queda da Selic, há grande expectativa em relação à ata do Copom, que sai na terça-feira. "O comunicado do Copom tentou tirar um pouco do ímpeto do mercado, que já estava colocando na curva cortes de mais de 50 pontos. O BC garantiu mais um corte deste na próxima reunião, mas trouxe essa questão da cautela. Então, fica a dúvida se quer mesmo parar de cortar em dezembro ou se foi só para corrigir excessos." 


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