Diretor-presidente da Gerdau é alvo da operação Zelotes

Diretor-presidente da Gerdau é alvo da operação Zelotes

PF cumpre mandados em unidades do grupo em Porto Alegre e Sapucaia do Sul

Correio do Povo

Diretor-presidente (à direita) é alvo da operação Zelotes

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*com informações da repórter Karina Reif

A sexta fase da operação Zelotes, deflagrada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal (PF), cumpre mandados em unidades da Gerdau em Porto Alegre e em Sapucaia do Sul. Segundo informações preliminares, o diretor-presidente do grupo, André Gerdau Johannpeter, é um dos alvos da ofensiva e tem um mandado de condução coercitiva contra ele. André não foi encontrado em sua casa na Capital e estaria em São Paulo.

Nesta etapa da operação Zelotes, a PF investiga o grupo Gerdau, suspeito de sonegar até R$ 1,5 bilhão. A PF designou agentes para cumprir 18 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de condução coercitiva no Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

A ofensiva apura a manipulação quanto ao andamento, distribuição e decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em relação à siderúrgica gaúcha. De acordo com informações da PF, evidências apontam a continuidade da prática dos crimes investigados mesmo após a deflagração da operação em março de 2015.

Gerdau


Na manhã desta quinta-feira, a Gerdau emitiu uma nota, confirmando que é alvo da operação Zelotes e informando que "está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal". 

"Ressalte-se ainda que, com base em seus preceitos éticos, a Gerdau não concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais, repelindo veementemente qualquer atitude que possa ter ocorrido com esse fim. A Gerdau reitera, portanto, que possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados".

A operação Zelotes

Deflagrada pela PF em março de 2015, a operação investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no Brasil. As investigações são sobre a atuação de quadrilhas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf), revertendo ou anulando multas. Estão sendo analisados 74 julgamentos do conselho realizados entre 2005 e 2013, nos quais, R$ 19,6 bilhões teriam deixado de ser recolhidos aos cofres públicos.

O Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, composto por 216 conselheiros em turmas de seis membros, julga em segunda instância recursos administrativos fiscais relativos a tributos cobrados pela Receita Federal. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os integrantes do esquema de corrupção escolhiam processos de grande valor que estavam na pauta do órgão, buscando, em seguida, oferecer uma solução conveniente às companhias em troca de dinheiro.

Os operadores atuavam no fluxo dos processos, recorrendo à corrupção de conselheiros. Parte dos conselheiros envolvidos, segundo o MPF, era do Ministério da Fazenda, mas a maioria pertencia ao Sistema S, que compreende entidades voltadas ao treinamento profissional, entre as quais estão Senai, Sesc, Sesi e Senac.

Entre as empresas investigadas na operação estão os grupos gaúchos Gerdau, RBS, Mundial-Eberle e Marcopolo. O Carf tem R$ 516 bilhões em processos para julgamento. Em média um processo leva oito anos para ser julgado.

Os crimes investigados na operação são de Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de Influência, Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Associação Criminosa, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.


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