Em meio a pagamentos de auxílios emergenciais, Caixa vê lucro cair 39%

Em meio a pagamentos de auxílios emergenciais, Caixa vê lucro cair 39%

No primeiro semestre, a instituição divulgou ganhos de R$ 5,6 bilhões, queda de 31% em relação aos primeiros seis meses de 2019

AE

A Caixa fez seu maior esforço de pagamentos de benefícios sociais no segundo trimestre, inclusive com a abertura de agências nos fins de semana

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Em meio ao esforço de pagamento de auxílio emergencial para aliviar o efeito da crise causada pela pandemia de coronavírus, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem lucro líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre do ano, resultado 39,3% inferior ao obtido no mesmo período de 2019. No primeiro semestre, a Caixa divulgou ganhos de R$ 5,6 bilhões, queda de 31% em relação aos primeiros seis meses de 2019.

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o resultado do segundo trimestre é justificado pela queda do fluxo de pessoas nas agências e pelo foco no atendimento dos auxílios, realizado gratuitamente. "Reduzimos uma série de relações comerciais com os clientes. Com isso, houve redução de tarifas, como era esperado", disse o executivo. "Houve necessidade de atender 90 milhões de pessoas, todos os meses, nas agências." O executivo ressalvou que o desempenho comercial das agências começou a melhorar a partir de maio.

A Caixa fez seu maior esforço de pagamentos de benefícios sociais no segundo trimestre, inclusive com a abertura de agências nos fins de semana. A instituição pagou R$ 202,8 bilhões em liberações extraordinárias do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do auxílio emergencial de R$ 600.

Com o fluxo de pessoas ligado ao auxílio emergencial, o banco disse ter incluído no sistema bancário 40 milhões de brasileiros. A instituição pública informou ainda que 8 em cada 10 adultos estão recebendo algum benefício do governo federal pela Caixa Econômica Federal. Houve alta de 5,2% nas despesas administrativas do banco no segundo trimestre, que alcançaram R$ 8,3 bilhões.

Crédito

Apesar de o banco público ter reduzido bastante sua operação comercial para focar nos pagamentos relacionados à contenção da crise econômica, tanto a carteira de crédito quanto o segmento de financiamento imobiliário cresceram fortemente entre abril e junho.

O saldo total de empréstimos teve um crescimento de 5,5% no período, para R$ 720 bilhões, enquanto os financiamentos imobiliários atingiram R$ 484,7 bilhões, um avanço de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

"Nunca tivemos expansão tão forte no consignado, nos créditos para micro e no imobiliário, que nunca havia crescido de forma tão relevante nos últimos quatro anos", disse o presidente da instituição, em entrevista concedida ontem.

O índice de empréstimos com atraso superior a 90 dias da Caixa Econômica Federal manteve-se praticamente estável no segundo trimestre, em 2,48%. No mesmo período do ano passado, o índice estava em 2,46%. O porcentual caiu ante março, quando era de 3,14%.

Despesas

As despesas com provisão para devedores duvidosos caíram para R$ 2,8 bilhões no segundo trimestre - o total era de R$ 3,4 bilhões em igual período do ano passado.

Guimarães afirmou, porém, que o banco pode ter de fazer reforço nas provisões para calotes nos próximos trimestres, em virtude da possibilidade de elevação nos índices de inadimplência com o fim dos programas de apoio para pessoas físicas e empresas.

"Tivemos uma pausa que fez com as provisões não aumentassem, mas podemos ter aumento nas provisões, embora tenhamos um colchão já relevante e nossa carteira de crédito seja em grande parte defensiva", disse o executivo.


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