Entidades defendem abordagem seletiva para funcionamento do comércio

Entidades defendem abordagem seletiva para funcionamento do comércio

Videoconferência ocorreu durante evento Tá na Mesa, da Federasul

Felipe Samuel

Organizações ligadas ao comércio defendem abordagem seletiva para funcionamento de estabelecimentos

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Com a crise econômica por conta do novo coronavírus, micro e pequenos empreendedores passaram a buscar alternativas para manter seus negócios e evitar prejuízos maiores em função da restrição do comércio nas últimas semanas em boa parte do Rio Grande do Sul. Mas o abre e fecha de lojas, decorrente das decisões do governo do Estado a partir do modelo de Distanciamento Controlado, desagrada dirigentes de entidades gaúchas que defenderam hoje, em videoconferência, durante evento Tá na Mesa, da Federasul, uma abordagem seletiva para definir o funcionamento do comércio.

Durante o painel A Reinvenção dos Pequenos Negócios na Crise, o diretor-superintendente do Sebrae, André Vanoni de Godoy, criticou o que classificou de 'uma política horizontal' e explicou que desde o início da pandemia, no final de março, a instituição percebeu a necessidade de migrar para atendimento remoto. Na avaliação de Godoy, o fechamento do comércio pode resolver a questão na área da saúde, mas implica na criação de um 'grande problema' social: o desemprego. "Intervenções para evitar contágio devem ser feitas de maneira seletiva e não uniforme", reforça.

Durante o encontro virtual, conduzido pela presidente da Federasul, Simone Leite, Godoy reforçou as ações implementadas pelo Sebrae desde março para atender pequenos e micro empreendedores. Entre as medidas colocadas em práticas pela instituição, Godoy destaca cinco: ligar para cada cliente; assessoria técnica gratuita; pesquisa de monitoramento; plano emergencial de recuperação; e retomada gradual da atividade presencial. "Esta última tem sido prejudicada por conta dos protocolos de afastamento e das bandeiras impostas pelo governo do Estado, pois nas cidades onde nossa unidade está localizada precisamos fechar e aguardar evolução de bandeiras", observa.

Sem poder atender os clientes de forma presencial, o Sebrae viu o serviço digital crescer 80%, comparado com 2019, o que representa quase 300 mil empresas beneficiadas do final de março até 30 de junho. "Isso reflete o drama que empreendedores estão passando, não temos como planejar nossas atividades a médio e longo prazo em função dessa situação de incerteza", reforça, acrescentando que a entidade criou site com conteúdo específico por conta da crise. O Sebrae também tentou elaborar programa de acesso a crédito junto à Caixa Econômica Federal (CEF). "Tentamos construir um programa acessível para pequeno negócio do Brasil, mas quando a CEF fixou as taxas de juros, fixou num patamar irrealista para o pequeno negócio. Ofereceu com juros de 20% ao ano. Isso é fora de qualquer realidade", justifica.

Acompanhada de dirigentes da Federasul, Simone reforçou as críticas quanto a falta de previsibilidade em relação ao futuro do comércio e salientou que já são 132 mil gaúchos desempregados. "A economia tem que girar para que tenhamos renda par todos os gaúchos. Isso é fundamental", afirmou. Ela também garantiu que há condições de oferecer segurança sanitária para os funcionários em meio à pandemia. "As empresas são lugares seguros para estar e trabalhar, pois seguem protocolos sanitários", explicou. Assim como Godoy, que afirmou que a CEF 'errou a mão ao fixar os juros', Simone destacou as exigências do banco para financiamentos. "O que estamos vendo é a extorsão dos nossos pequenos empresários que estão precisando de ajuda nesse momento", completou.


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