Especialistas veem vantagens no modelo interligado

Especialistas veem vantagens no modelo interligado

Trocas de energia entre subsistemas de diferentes regiões amenizam dificuldades

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Graduado em Engenharia Elétrica, mestre e doutor em engenharia, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Luiz Tiarajú dos Reis Loureiro lembra que "energia não se armazena" e que "consumo se dá no mesmo instante". O professor que é especialista em circuitos assinala também que há um sistema de preservação de cargas prioritárias e que as concessionárias vão escolher as que são menos importantes. Por isso, observa, quedas de energia são relativamente comuns em qualquer lugar do país, que está em um sistema interligado. As falhas que ocorrem, porém, não são tão percebidas porque grandes centros com maior presença de indústrias, de grandes hospitais e de população costumam ser preservados enquanto os desabastecimentos se dão em zonas mais isoladas e menores. "É uma realidade do sistema elétrico", enfatiza, alertando, porém, que falhas em muitos locais ao mesmo tempo representam o extremo e precisam de investigação. "O Operador Nacional do Sistema (ONS) vai ter que fazer um levantamento porque existe registro de perturbações", reiterou. "E na hora que houve a falha, esse registro (da ocorrência) é preservado", acrescentou.

Para Odilon Francisco Duarte, coordenador do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Escola Politécnica da PUCRS, o fato de o sistema ser interligado foi justamente o que salvou o país de um acontecimento mais grave. "Facilita a troca de energia entre as regiões nos subsistemas", ressaltou. "Se cada estado fosse isolado, a energia não seria suficiente", acrescentou, lembrando que o Brasil tem dimensões continentais e que as regiões alternam períodos de secas e de chuvas, o que influencia o abastecimento. Com um sistema interligado, afirma, as dificuldades são amenizadas, mesmo quando ocorrem apagões, já que um subsistema pode auxiliar outro. Não fosse por isso, explicou o professor, uma falha de geração ou de transmissão poderia parar o país por horas a fio, afetando usinas, entre outros transtornos. As dificuldades ocorridas na manhã de ontem, disse, representam um remédio amargo, mas ainda eficaz. O modelo adotado no Brasil, exemplificou, tem sido pesquisado por governos de países da Europa, que buscam maior segurança no uso da energia elétrica.


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