Apesar da grande disponibilidade de recursos, RS ainda importa energia

Apesar da grande disponibilidade de recursos, RS ainda importa energia

Complementaridade de fontes, incluindo a solar, contribuiria para a autossuficiência

Karina Reiff

Gargalos e potencialidades do setor foram abordados por especialistas na área

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As diferentes características do Rio Grande do Sul propiciam o uso de várias fontes energéticas, mesmo assim, o Estado ainda é dependente. Os debatedores da terceira edição do Fórum de Energias Renováveis, realizado em Porto Alegre pelo Correio do Povo e Sindienergia-RS nesta quinta-feira, defenderam uma matriz diversificada para se chegar na autossuficiência.

Uma das matrizes indicadas como alternativa é a solar e o seu uso torna o Estado um destaque no Brasil por ser o segundo no número de instalações. “Nosso potencial é fantástico”, destacou o vice-diretor de Energia Solar do Sindienergia-RS, Tiago Cassol Severo.

Ele informou que há, no Rio Grande do Sul, 200 mil unidades consumidoras residenciais de energia solar, 22 mil de pontos comerciais, 37 mil unidades rurais e 4 mil instalações fotovoltaicas industriais.

Na opinião do diretor do Sindienergia-RS Frederico Boschin, uma das alternativas para incrementar o setor seria o incentivo de cooperativas, que auxiliariam na mobilização para distribuição e obtenção de recursos. Ele também destacou a necessidade de diagnosticar a área e identificar quanto o Estado gera e quanto consome. As informações embasariam planos mais seguros para a produção. Ressaltando as vantagens, Boschin explicou que a energia solar é complementar a outras fontes. “No período de seca, por exemplo, tem sol”, disse.

Mara Schwengber, coordenadora da Absolar, trouxe alguns entraves que a indústria solar tem enfrentando na aprovação de projetos. “O Estado precisa nos apoiar nos desafios do setor. São 68 mil empregos”, destacou. Ela avaliou, contudo, que o segmento segue como protagonista no processo de transição energética. “Desconheço outro setor que tenha crescido tanto quanto o nosso”, afirmou.

Para o suporte do segmento, o gerente de Operações do Setor Público e Infraestrutura do BRDE, André Gotler, mostrou a disponibilidade da instituição para liberar recursos, com prioridade para projetos visando sustentabilidade. “Desde que a energia solar apareceu, o banco acreditou. A partir de 2017 e 2018, veio com mais força”, contou. “Tudo que for a favor do desenvolvimento do Estado, o banco está dentro. Estamos juntos nessa empreitada de tornar o RS autossuficiente e, quem sabe, gerador de energia”, complementou.

A terceira edição do Fórum de Energias Renováveis é promovido pelo Correio do Povo e Sindienergia-RS e conta com o patrocínio da AEGEA, BRDE, Badesul, Senar-RS, Famurs e CIEE-RS. 


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