Fonte hídrica é estratégica para o sistema elétrico do país

Fonte hídrica é estratégica para o sistema elétrico do país

Participantes do Fórum de Energias Renováveis destacaram os benefícios do recurso

Karina Reiff

Segundo especialistas, Rio Grande do Sul é um estado privilegiado na disponibilidade de recursos hídricos

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Capacidade de armazenamento, sazonalização, modulação da carga, flexibilidade, confiabilidade, disponibilidade de geração em horário de pico e tarifa final mais barata ao consumidor. Esses foram alguns dos benefícios destacados sobre a fonte hídrica nesta quinta-feira, em painel sobre o assunto, durante a terceira edição do Fórum de Energias Renováveis, promovido pelo Correio do Povo e pelo Sindienergia-RS.

Alessandra Torres, que é presidente da Abrapch, avaliou que a segurança energética do Brasil está nas hidrelétricas, se referindo ao apagão registrado no país esta semana.  Além disso, ela lembrou das vantagens ambientais. “É a fonte mais renovável de todas e com a menor pegada de carbono”, informou.

O Rio Grande do Sul é um estado privilegiado na disponibilidade de recursos hídricos. E isso é um potencial que precisa ser aproveitado, segundo o diretor executivo da AGPCH, Paulo Sérgio Silva. Ainda há entraves no licenciamento ambiental e viabilização de projetos, mas ele avalia que os órgãos ambientais evoluíram muito nessa questão.

Ainda falando dos benefícios desse recurso, Roberto Zuch, diretor de Fonte Hídrica do Sindienergia-RS, destacou a energia gerada pelas hidrelétricas é mais barata e sustentável em comparação com outras. Fora isso, é possível armazenar o recurso, garantindo a segurança.

Sobre isso, o presidente da Abragel, Charles Lenzi, lembrou da flexibilidade operativa, que é um dos “atributos mais importantes da hidrelétrica”. Ele, no entanto, destacou a necessidade de planejamento. “Não tem planejamento do setor elétrico no Brasil, nem visão a longo prazo”, denunciou, afirmando que é preciso ainda desconstruir preconceitos sobre o setor.

Todos os participantes ressaltaram a importância de diversificar os recursos energéticos e trabalhar para manutenção e crescimento da fonte hídrica. Contudo, isso é mais difícil pela disparidade na competitividade do recurso. Segundo o sócio da RPI Energy e da EBGN Ricardo Pigatto, outras fontes, como a solar, recebem incentivos que fazem com que a hídrica fique em desvantagem no mercado.

A terceira edição do Fórum de Energias Renováveis é promovido pelo Correio do Povo e Sindienergia-RS e conta com o patrocínio da AEGEA, BRDE, Badesul, Senar-RS, Famurs e CIEE-RS. 


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