RS prepara estruturação para nova cadeia produtiva de hidrogênio verde

RS prepara estruturação para nova cadeia produtiva de hidrogênio verde

Anúncio foi realizado pela secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura durante painel do Fórum de Energias Renováveis

Thaise Teixeira

Segundo Marjorie Kauffmann, ação ocorre no âmbito das políticas de mudanças climáticas e transição energética do Estado

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O Rio Grande do Sul deverá contar, ainda este ano, com uma política voltada para a estruturação e o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva pautada na produção e comercialização de hidrogênio verde. A informação foi confirmada pela secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, no Fórum de Energias Renováveis, realizado pelo Correio do Povo e Sindienergia-RS ao longo desta quinta-feira no Teatro do CIEE-RS, em Porto Alegre. 

A utilização do combustível, obtido por meio da quebra das moléculas da água, será um importante vetor para diminuir o aquecimento global, pois não emite CO2 (Dióxido de Carbono), um dos gases geradores do efeito estufa. E que pode servir, principalmente, como fonte de energia para o transporte e a indústria.  

A ação ocorre no âmbito das políticas de mudanças climáticas e transição energética do Estado e atende à necessidade apontada em um estudo encabeçado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) desde o ano passado sobre o potencial gaúcho para a produção do combustível limpo.

Segundo a secretária, o desenho dessa nova cadeia econômica é realizado pela Sema em conjunto com a Casa Civil e com o gabinete do governador Eduardo Leite. "Estamos desenhando uma nova cadeia econômica e uma de evolução ambiental para o Rio Grande do Sul˜, revela.

O estabelecimento da nova cadeia produtiva tem, como base, as potencialidades verificadas pelo mapeamento da Sema para a geração e o escoamento do combustível iem dez municípios: Rio Grande, Giruá, São Francisco de Assis, Dom Pedrito, Uruguaiana, Vila Nova do Sul, Santa Vitória do Palmar, Mostardas, Porto Alegre, Arroio do Sal e Cambará do Sul. Uma das vantagens desses locais foi o custo de produção do quilo do hidrogênio verde ficou em torno de 2 dólares, valor três vezes menor que os 6 dólares/kg praticados em nível mundial.

O cálculo levou em conta o custo da energia, do local e da logística do transporte das cargas. O estudo também demonstrou que o hidrogênio verde gerado no RS pode abastecer o mercado interno, o de outros estados e até países. A estrutura também pode servir de base para a produção de amônia, importante insumo utilizado na agricultura brasileira, argentina e uruguaia, e abre possibilidade para a geração de Metanol, composto bastante utilizado nas produção de biodiesel e na indústria química. 

Enquanto a política não é oficializada, a Sema firma memorandos de entendimentos com empresas interessadas em atuar no segmento. "Para aqueles que, de fato, têm a intenção de investir, rodamos o modelo e detalhamos, dentro da realidade de cada município, quanto atingirá a capacidade de produção, o custo do terreno, da energia. Como estamos fomentando o tema, temos a capacidade de unir os atores envolvidos no processo em cada região", descreve a secretária.

Marjorie cita, como exemplo, o município de Rio Grande, que firmou protocolo de entendimento com o governo estadual para transformar sua rede de transporte municipal para que seja movida a hidrogênio verde. "Lá, uma planta de hidrogênio verde poderia ter uma garantia de consumo dos ônibus municipais", pontua.  

O líder do governo na Assembleia Legislativa e presidente da Frente Parlamentar de Energias Reniváveis, deputado Frederico Antunes, propôs ao grupo que as propostas para o desenvolvimento do setor no Estado fossem levadas ao governador Eduardo Leite na próxima semana. "O papel de promoçao deste evento do Grupo Record é fundamental, pois temos uma restriçao de conhecimento nesta área e transmitir essas informações ao Estado é fundamental".

Participaram também do encontro o presidente da Portos RS, Cristiano Kingler, e o professor Nado Teixeira, que é coordenador geral da Famurs.

A terceira edição do Fórum de Energias Renováveis é promovido pelo Correio do Povo e Sindienergia-RS e conta com o patrocínio da AEGEA, BRDE, Badesul, Senar-RS, Famurs e CIEE-RS. 


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