Fazenda apresenta programa de proteção cambial para estimular captação de empresas no exterior

Fazenda apresenta programa de proteção cambial para estimular captação de empresas no exterior

Governo quer que os riscos associados à volatilidade do dólar sejam reduzidos

Estadão Conteúdo

Programa do Ministério da Fazenda não vai interferir no mercado de câmbio

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O Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial, o Eco Invest Brasil, apresentado nesta segunda-feira, 26, em entrevista coletiva em São Paulo, tem como objetivo dar uma seguro cambial e viabilizar operações no mercado de capitais para empresas e investidores sediados no Brasil captarem recursos no exterior, de acordo com documento do Ministério da Fazenda. O Eco Invest tem como objetivo incentivar investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no país e oferecer proteção cambial.

No câmbio, o governo quer que os riscos associados à volatilidade do dólar sejam reduzidos, para não atrapalhar investimentos estrangeiros em infraestrutura verde.

Proteção Cambial

O programa não vai interferir no mercado de câmbio. "Nesse sentido, ele não vai reduzir a volatilidade do câmbio, tampouco definir artificialmente o preço da moeda, mas sim oferecer uma proteção específica para projetos de transição ecológica."

Por causa das constantes oscilações da moeda, o custo da proteção cambial para prazos mais longos é alto, e acaba inviabilizando investimentos ecológicos em moeda estrangeira. "Além disso, praticamente inexistem soluções no mercado nacional para prazos acima de dez anos."

Dentro do programa, o governo do Brasil oferecerá uma proteção cambial, segundo o documento. "Assim como o seguro de um carro cobre o prejuízo em caso de acidente, essa proteção garante que, se o real se desvalorizar em um determinado porcentual, o investidor estará protegido."

O seguro promete cobrir a diferença cambial, assegurando que o investidor possa comprar dólares por uma taxa previamente definida, minimizando, assim, suas perdas.

"Quando se fala em viabilizar operações com recursos do exterior, refere-se a alavancar os recursos já disponíveis no Brasil", afirma o documento da Fazenda.

Para isso, serão fornecidas linhas de crédito a "custo competitivo" para financiar parcialmente projetos de investimentos alinhados à transformação ecológica que se utilizem de recursos estrangeiros.

"O programa não somente fomentará maior integração das companhias brasileiras com investidores e com o sistema financeiro internacional, como também impulsionará os investimentos verdes no país", ressalta o documento.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai ser o intermediário na contratação de um banco internacional que oferecerá o seguro cambial no Brasil, segundo o documento. O BID, que tem uma excelente reputação e crédito de alta qualidade (classificação triplo A), pode contratar a proteção cambial de forma mais acessível e com melhores condições, que poderão ser transferidas às companhias e financiadores."

Com esse arranjo, os envolvidos no projeto querem que o custo para proteger os investimentos contra a variação cambial seja menor, tornando os projetos ecológicos no Brasil mais atrativos para investidores de todo o mundo.

O Banco Central será a ponte entre o seguro que o BID pode contratar e os investidores dos projetos ecológicos no Brasil, sejam eles financiadores ou mesmo as companhias.

O governo, por intermédio do Ministério da Fazenda (MF) vai oferecer uma linha de liquidez especial para financiamentos de grandes projetos sustentáveis. "Isso é especialmente importante para projetos que, apesar de gerarem receita em reais, necessitam de financiamento em moedas estrangeiras, como o dólar."


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