FMI prevê a "pior queda econômica" desde a Grande Depressão por Covid-19
Diretora-gerente do Fundo alertou que países emergentes e pobres como os da América Latina "estão em grande risco"
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A pandemia do novo coronavírus causará "a pior crise econômica desde a Grande Depressão" em 1929, estimou nesta quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. Ela também alertou que países emergentes e pobres como os da América Latina "estão em grande risco".
A chefe do FMI enfatizou que o mundo está enfrentando uma "crise como nenhuma outra". Segundo o órgão com sede em Washington, nos Estados Unidos, 170 países de seus 189 membros devem registrar uma contração em sua renda per capita este ano. A previsão mudou desde três meses atrás, quando o Fundo projetava um crescimento em 160 países.
Georgieva disse que o crescimento global será "marcadamente negativo" em 2020, sem citar números, em um discurso antes do início das reuniões semestrais do FMI, aonde a organização publicará suas previsões.
Atualmente, a incerteza continua em relação à pandemia de coronavírus, que foi detectada na China no final de 2019 e continua a se espalhar por todo o mundo, causando dezenas de milhares de mortes e paralisando a atividade econômica. "Ainda enfrentamos uma enorme incerteza sobre a profundidade e a duração da crise", declarou Georgieva sobre as consequências do vírus respiratório.
A chefe do FMI indicou que espera-se que a crise afete mais os países mais pobres. Georgieva apontou que países pobres e emergentes, na África, América Latina e parte da Ásia, enfrentam grandes riscos. Explicou que eles têm menos recursos, com sistemas de saúde mais fracos, e também estão perigosamente expostos a distúrbios na demanda e na oferta, e com um "aperto drástico das condições financeiras".
Georgieva apontou que muitos desses países "enfrentam o assustador desafio de combater o vírus em cidades densamente povoadas e em favelas onde o distanciamento social - que é uma medida recomendada pelas autoridades de saúde para evitar o contágio - é uma opção improvável". Por outro lado, "alguns (países) enfrentam o ônus de uma dívida insustentável", acrescentou.
A economista ressaltou ainda que nos últimos dois meses a saída de capital dos mercados emergentes foi de quase 100 bilhões de dólares."Eles precisam urgentemente de ajuda", insistiu.
Georgieva também sinalizou que, juntamente com o Banco Mundial, o FMI pede a suspensão do serviço da dívida dos países mais pobres do mundo com credores bilaterais oficiais. O FMI planeja publicar o relatório completo com suas previsões econômicas na próxima terça-feira.
Como prevenir o contágio do novo coronavírus
De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, há pelo menos cinco medidas que ajudam na prevenção do contágio do novo coronavírus:
• lavar as mãos com água e sabão ou então usar álcool gel.
• cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.
• evitar aglomerações se estiver doente.
• manter os ambientes bem ventilados.
• não compartilhar objetos pessoais.