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Verão

Especial

Governo do RS cede área em Guaíba para nova fábrica de aviões

Aeromot assinou termo de cessão de uso oneroso do terreno de 250 hectares

| Foto: Alina Souza

Uma das principais empresas brasileiras no ramo da aviação que fornece soluções tecnológicas e diferenciadas para diversos segmentos, a Aeromot vai construir uma fábrica em Guaíba, na Região Metropolitana da Capital. O anúncio foi realizado na tarde desta quinta-feira, no Palácio Piratini, quando o governo do Estado assinou termo de cessão de uso oneroso do terreno de 250 hectares. A área onde será erguido o empreendimento era destinada à instalação de uma montadora de veículos na década de 1990.

O projeto prevê investimentos de R$ 300 milhões e abertura de até 1,3 mil vagas de emprego. De acordo com o presidente da Aeromot, Guilherme Cunha, o Centro Tecnológico Aeromot (CTAero) contará com uma pista de 1.800 metros, o que permitirá atender grande parte da estrutura aeronáutica executiva no Brasil. A estrutura terá ainda hangares e centros de pesquisa e desenvolvimento de novos materiais, como o grafeno. A primeira etapa do projeto, no entanto, envolve a realização de estudos técnicos de viabilidade para a construção da pista de aviões e de uma fábrica de aeronaves.

Segundo Cunha, já existe um estudo prévio sobre a área. “Vamos começar a trabalhar nas licenças ambientais”, afirma. A expectativa é de que as licenças prévias sejam obtidas em menos de 12 meses. “Queremos iniciar a produção não só de aeronaves, mas de outros produtos que estão vindo juntos em 2025”, destaca. A Aeromot foi escolhida pela Diamond Aircraft - uma das maiores fabricantes de aeronaves a pistão do mundo - para ser distribuidora e centro de serviços autorizados com exclusividade no Brasil. A empresa austríaca possui uma linha completa de aeronaves para aviação geral e executiva.

“Temos acordo e plano para começar um produto que a gente representa que é um avião da Diamond Aircraft de sete lugares que vai ser inicializada a produção. Esse produto é catalisador para um projeto muito mais macro, muito mais amplo”, reforça. Conforme Cunha, a maior parte dos postos de trabalho será destinada a especialistas em aeronáutica. “Vai existir muita visita de proprietários, de pessoas que vão não somente na fábrica, mas no aeroporto, porque é um aeródromo privado, não é para passageiros”, destaca, acrescentando que a estrutura prevê ainda a construção de hotel e restaurante.

Cunha garante que a demanda do mercado nacional justifica o empreendimento. “Nosso projeto já é viável pelo mercado nacional, mas nosso objetivo e autorização é para exportar para países da América do Sul. Devem ser produzidas de 40 a 50 aeronaves”, projeta, acrescentando que a ideia é contar com várias linhas de produção no local. “Não é somente aeronaves, temos drones, peças e produtos para outros grandes fabricantes que a gente já produz e já fornece. É uma miscigenação de produtos aeronáuticos. A expectativa de faturamento por ano é de aproximadamente R$ 300 a R$ 500 milhões por ano”, observa.

O governador Ranolfo Vieria Júnior afirma que o projeto vai mudar a realidade daquela região e vai trazer desenvolvimento econômico e social. “É uma área que, lá atrás, era para ter sido instalada uma montadora de veículos, que acabou não se realizando, não se concretizando, e de uma certa forma frustrou a sociedade gaúcha naquele momento. E agora conseguimos reverter esse quadro, instalando uma montadora de aeronaves”, destaca. Segundo Ranolfo, a produção de aeronaves na fábrica - localizada às margens da BR 116 - deve iniciar em 2025.

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin afirma que o termo de cessão de uso oneroso protege tano o Estado quanto o investidor, que vai pagar um aluguel de R$ 5,6 mil, que vai permitir uso para análise de solo, de fundição, estudo de estrutura e licenças ambientais. “A empresa vai fazer investimentos básicos, aterro, fazer estudo e precificar tudo isso. Quando tiver liberações ambientais, pode começar a gastar e 'botar' dinheiro para fora junto com o Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (Proedi)”, explica. O contrato de uso de cessão onerosa pode ser prorrogado por um ano. O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, afirma que existe muito grande na cidade por conta do investimento da Aeromot.

Felipe Samuel