Governo libera Embraer para negociar com Boeing
Acordo envolve, por exemplo, a fabricação de aviões de 150 lugares
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Segundo essa fonte, o governo só vai se posicionar quando for formalmente consultado. De acordo com essa fonte, nos próximos dias deve sair um memorando de entendimento. O acordo entre as duas companhias foi anunciado no final do ano passado e pode resultar na criação de uma terceira empresa, na qual a Boeing teria 80% de participação e a Embraer, 20%.
Nesta quarta-feira, as ações ordinárias (com direito a voto) da companhia estão em forte valorização na bolsa. Às 12h40min, os papéis eram negociados a R$ 26,88, alta de 3,54%. Em comparação, o índice com as principais ações da B3, o Ibovespa, subia 0,24%, aos 73.844 pontos.
Comunicado
A Embraer confirmou, em comunicado enviado à CVM, que as duas empresas continuam mantendo entendimentos, "inclusive por meio do grupo de trabalho do qual o governo brasileiro participa, com vistas a avaliar possibilidades para potencial combinação de negócios, que poderá envolver a segregação das atividades de aviação comercial das demais atividades da Embraer (especialmente área de defesa e aviação executiva)". "Neste contexto, os entendimentos entre as partes continuam avançando e, quando e se definida a estrutura para combinação de negócios, sua eventual implementação estará sujeita à aprovação não somente do governo brasileiro, mas também dos órgãos reguladores nacionais e internacionais e dos órgãos societários das duas companhias.
Reiteramos que a companhia manterá seus acionistas e o mercado informados na medida em que o assunto em questão evolua", diz o comunicado da Embraer.
Médio porte
O interesse da Boeing é reforçar, com a aquisição, sua atuação na aviação comercial de médio porte, segmento no qual a Embraer figura entre as três maiores fabricantes mundiais. O acordo, que envolve, por exemplo, a fabricação de aviões de 150 lugares, está em negociação desde o ano passado, quando a Airbus surpreendeu o mercado global ao anunciar a compra de 50,1% do programa de jatos comerciais da Bombardier. Depois de concretizado o negócio com a Boeing, a marca Embraer usada nos jatos comerciais deixaria de existir, permanecendo apenas nas aeronaves produzidas pela Embraer Defesa, como o KC 390 e o Tucano. A proposta de associação prevê que Embraer Defesa detenha participação minoritária na receita da nova empresa, criada a partir da junção da Embraer com Boeing.