Huawei tem queda na receita fora da China após impedimento para rodar aplicativos

Huawei tem queda na receita fora da China após impedimento para rodar aplicativos

Queda está concentrada na divisão de equipamentos para os consumidores finais, como celulares, tablets e computadores, que foram proibidos de rodar aplicativos do Google

AE

Maior baixa se deu nas Américas

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A pressão do governo dos Estados Unidos sobre a Huawei, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, impactou o faturamento da empresa ao redor do globo. A companhia teve queda na receita em todos os mercados fora da China. A maior baixa foi nas Américas (-24,5%), seguida por Europa, Oriente Médio e África (-12,2%) e Ásia (-8,7%), de acordo com dados do balanço, publicado nesta quarta-feira.

Segundo a Huawei, a queda no faturamento nessas regiões está concentrada na divisão de equipamentos para os consumidores finais, como celulares, tablets e computadores, que foram proibidos de rodar aplicativos do Google, como YouTube, Gmail, Maps e PlayStore, bastante populares entre os usuários.

Os Estados Unidos incluíram a Huawei, desde meados de 2019, em uma espécie de 'lista negra' de empresas que representam potenciais ameaças no campo da cibersegurança, de acordo com a visão do governo de lá. Como consequência, qualquer grupo norte-americano ficou impedido de fazer negócios com a multinacional chinesa - o que levou ao veto para aplicativos Google.

"Estamos enfrentando uma situação desafiadora com as restrições dos Estados Unidos. São oposições injustas e não razoáveis", afirmou o diretor de comunicação corporativa, Karl Song, em entrevista coletiva à imprensa.

O executivo admitiu que o veto pesou sobre o balanço, uma vez que a divisão de equipamentos para consumidores finais responde por 54% do faturamento consolidado do grupo. Os outros segmentos da companhia são as infraestruturas de redes (34%) e tecnologia da informação (12%).

"Mas estamos muito felizes que temos outros motores de crescimento", complementou Song, referindo-se ao desenvolvimento do 5G em vários países, soluções de inteligência artificial, computação em nuvem e internet das coisas. Como exemplo mais específico, o diretor citou que a Huawei está trabalhando em parceria com montadores para prover soluções digitais para os carros inteligentes e autônomos.

Huawei fecha 2020 com lucro apesar de pressão dos EUA

A despeito da queda da receita nos outros continentes, a Huawei fechou o ano com crescimento em seus números consolidados. A Huawei teve lucro líquido de 64,6 bilhões de yuans (US$ 9,9 bilhões) em 2020, crescimento de 3,1% na comparação com 2019.

A receita total do grupo cresceu 3,8% nesse período, totalizando 891 bilhões de yuans (US$ 137 bilhões). O avanço foi puxado pela ampliação de 15,4% no faturamento na própria China, que não é apenas a terra natal da empresa, mas também seu mercado mais representativo.

A Huawei classificou o ano de 2020 como desafiador pelo efeito da pandemia, que impactou negativamente a economia dos países em todos os continentes. Por outro lado, apontou uma tendência clara de maior digitalização das atividades ao redor de todo o mundo, reforçando a demanda por infraestrutura e soluções em telecomunicações.

O diretor de cibersegurança, Marcelo Motta, acrescentou que outros efeitos também atingiram o resultados da companhia, como a redução do Produto Interno Bruto na América Latina, somado à desvalorização do câmbio em países como Brasil e Argentina.

Huawei prevê ampliar presença em 5G no Brasil

A Huawei chegou ao fim de 2020 com 140 redes 5G comerciais implementadas em 59 países e regiões. Segundo a companhia, há muito espaço para o desenvolvimento da nova tecnologia na América Latina em 2021 e 2022, considerando a realização do leilão do 5G recentemente no Chile, e a proximidade do mesmo tipo de certame no Brasil, Argentina e México.

"Estamos satisfeitos que o governo brasileiro endereçou o leilão e apoia o livre mercado", disse Motta, referindo-se à ausência de veto para que fornecedores de equipamentos atendam as teles no sinal do 5G.

Motta reiterou a expectativa de que o leilão do 5G no Brasil ocorra por volta da metade desde ano e afirmou que a Huawei estará pronta para atender a demanda das operadoras com o fornecimento de redes. "Considerando que esse leilão aconteça na data prevista, esperamos mais investimentos no 5G e estamos prontos a atuar com os operadores locais, tanto para as frequências atuais quanto as próximas que serão leiloadas", declarou o executivo.

Ele acrescentou que também vê potencial para atuar em projetos direcionados para atender os setores da agricultura, mineração e indústria, entre outros.


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