Impulsionado pela agropecuária, PIB do RS apresenta crescimento de 9,3% em 2021, aponta IBGE
Setor teve recuperação após a estiagem do ano anterior
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Com grande impacto da agropecuária, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou crescimento de 9,3% em 2021, atingindo valor de R$ 581, 28 bilhões. A alta na economia gaúcha foi a maior entre as 27 unidades da federação. As informações fazem parte do Sistema de Contas Regionais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Conforme o IBGE, a agropecuária (+53%) se recuperou após a estiagem no ano anterior. Além disso, a contribuição do setor para a economia do RS também foi acompanhada pela retomada da indústria (+8,1%) e serviços (+4,4%) depois dos impactos mais contundentes da pandemia de 2020. O resultado fez a participação do Rio Grande do Sul no PIB nacional crescer de 6,2% em 2020 para 6,5% em 2021, o que fez o Estado voltar a ocupar a quarta posição no ranking nacional, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Desempenho por segmento
Além dos bons desempenhos da agropecuária, indústria e serviços, a agricultura gaúcha apresentou crescimento de 72,8% na comparação com 2020 e a pecuária, crescimento de 15,2%.
Na indústria, a alta foi puxada pelos segmentos da indústria de transformação (+9,4%), a mais importante do Estado, e da construção (+9,6%). Nos serviços, as principais contribuições foram registradas nas atividades de educação e saúde privadas (+11,2%), comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (+5,2%) e informação e comunicação (+15,7%).
A estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) em 2021 apresentou avanço na agropecuária (de 8,8% em 2020 para 14,9% em 2021) e na indústria (de 23,2% para 24,1%). A participação dos serviços foi reduzida de 68,0%, em 2020, para 60,9%, em 2021.
PIB pela ótica da renda
Em 2021, o maior componente do PIB, pela ótica da renda, foi o excedente operacional bruto e rendimento misto (48,4%), seguido da remuneração (36,9%) e dos impostos sobre a produção (14,7%).
PIB per capita
Em 2021, o PIB per capita do Rio Grande do Sul registrou crescimento de 8,9%, alcançando R$ 50.693,51 – valor 20,0% mais alto que a média nacional, de R$ 42.247,52. O resultado deixou o Estado na sexta posição entre os maiores PIB per capita do país, atrás do Distrito Federal, Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
Nacional
Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu R$ 9 trilhões, com aumento de 4,8% em volume, após a queda observada em 2020, motivada sobretudo pelos efeitos da pandemia de COVID-19. Entre os três grupos de atividades, a Agropecuária ficou estável em volume (4,2% em 2020), enquanto a Indústria cresceu 5,0% (-3,0% em 2020) e os Serviços, 4,8% (-3,7% em 2020).
Todas as 27 Unidades da Federação apresentaram crescimento em volume do PIB. O Rio Grande do Sul, com a maior variação, foi seguido por Tocantins, 9,2%, e Roraima, 8,4%.
“Entre os cinco primeiros colocados, temos dois estados da Região Sul e três da Região Norte. Já os três estados com menor crescimento são do Centro-Oeste”, destaca Alessandra Poça, gerente de Contas Regionais do IBGE.
Em 14 UFs os resultados positivos foram acima da média nacional
Em 14 UFs, os resultados foram acima da média nacional (4,8%). “Essas 14 UFs representam 30% do PIB e cresceram, em média, 6,8%”, analisa a gerente. Os maiores aumentos em volume ocorreram no Rio Grande do Sul (9,3%), Tocantins (9,2%), Roraima (8,4%), Santa Catarina (6,8%) e Acre (6,7%). A Agropecuária, principalmente o cultivo de soja, contribuiu para o resultado de 2021 nestes estados, exceto em Santa Catarina, onde esta atividade variou 0,5%.
No Tocantins, a Construção também contribuiu com crescimento de 22,6%. Já em Roraima e Acre ainda contribuíram as atividades de Construção, Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social para o resultado de 2021.
Em Santa Catarina, a quarta maior variação em volume do PIB, o resultado deveu-se ao desempenho de Indústrias de transformação, principalmente confecção de artigos do vestuário e acessórios, fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de peças e acessórios para veículos automotores.
As outras 13 UFs cresceram abaixo da média, foram eles: Ceará, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Pará, Paraná, Bahia, Distrito Federal, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Os três estados da Região Centro-Oeste tiveram seus resultados influenciados pelo resultado negativo em volume da Agropecuária. “Mas o crescimento em volume dos serviços compensou a forte queda em volume da Agropecuária em 2021”, esclarece Poça.