Incerteza marca procura por itens da ceia de Natal em supermercados e Mercado Público

O Mercado Público foi um dos locais mais procurados de Porto Alegre nesta véspera de Natal, especialmente na busca de itens para a ceia natalina, na noite deste domingo. Comerciantes, no entanto, estavam um pouco receosos no final desta manhã, e projetavam já a busca pelos itens para as confraternizações do final de ano, na próxima semana. O açougueiro Luiz Carlos Menezes Coutinho, que trabalha em um comércio de carnes no local, afirmou que as vendas neste ano estão menores do que no mesmo período de 2022.

“Acho que é porque, no ano passado, as pessoas recém haviam saído da pandemia, e talvez queriam se libertar mais, porém agora, está mais para uma normalidade”, comentou ele. Segundo Coutinho, o corte mais buscado nesta época é a costela. Morador de Aracaju, no Sergipe, Júlio Alves vem com frequência a Porto Alegre, e aproveitou para levar um pouco deste. “Sempre acabo comprando aqui no Mercado”, destacou.

Algumas bancas fazem promoções para atrair mais os clientes que permaneceram na cidade e procuram itens um pouco mais tradicionais para este período. Nos supermercados, a realidade é parecida, e a procura de aves natalinas foi também intensa na manhã deste domingo. Em uma unidade no bairro Cidade Baixa, o aposentado Antônio Marques disse que estava comprando as carnes para a ceia entre familiares e amigos. “Cada pessoa fica responsável por um item, e gosto de comprar aqui”, salientou ele.

O funcionário do Tribunal de Justiça do RS (TJRS) Luis Henrique Campos disse que participaria da ceia da noite de Natal em Águas Claras, em Viamão, na região metropolitana. “Estou buscando pelo preço e pela qualidade, e aqui consigo encontrar isto”, afirmou Campos. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a estimativa era de que 20% dos valores injetados pela economia no 13º salário iriam para os caixas do setor.

Para a entidade, as festas de final de ano, tradicionalmente períodos de boas vendas para o segmento, ocorrem em um cenário macroeconômico de incertezas para o varejo, assim como a chegada de concorrentes de outros estados do país. Segundo a Agas, ainda causam dificuldades para o setor supermercadista sobrepeso da carga tributária a partir do advento do diferencial de alíquotas no ICMS gaúcho e as novas regras nas legislações trabalhistas, que burocratizaram a possibilidade da abertura destes estabelecimentos em feriados.