IPCA-15 sinaliza normalização da inflação, dizem economistas

IPCA-15 sinaliza normalização da inflação, dizem economistas

Dados mostram início do processo de normalização dos preços no país

AE

Dados mostram início do processo de normalização dos preços no país

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Apesar da aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) em outubro, o cenário para a
inflação no Brasil segue benigno, avaliam economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, nesta sexta-feira.

Porém, o dado divulgado nesta sexta-feira, mostra o início do processo de normalização dos preços no País, reduzindo a chance de a inflação fechar o ano abaixo do piso da meta, de 3%. O dado corrobora com a expectativa de que o Banco Central vai seguir cortando juros nos próximos encontros, mas em ritmo menor que nas reuniões anteriores do Comitê de Política Monetária(Copom).

O IPCA-15 de outubro subiu 0,34% ante 0,11% no mês anterior. A taxa mensal veio pouco abaixo da mediana das expectativas do Projeções Broadcast (0,35%), mas ficou dentro do intervalo, que ia de 0,23% e 0,48%. Os analistas preveem que a inflação vai seguir se acelerando nos próximos meses, mas os índices de preços devem seguir comportados. Após a divulgação do IPCA-15, algumas casas já revisaram suas projeções para cima, como o banco UBS e a consultoria Rosenberg Associados.

"Começamos a ver que o piso da inflação já foi batido e a tendência é acelerar moderadamente até o fim do ano", afirma o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Para ele, a alta do IPCA-15 este mês mostra os primeiros sinais de normalização da dinâmica da inflação no País e a tendência é de o indicador fechar este ano acima dos 3%. A normalização da inflação, segundo ele, reforça o cenário de redução gradual do corte de juros pelo BC.

Na previsão do economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, seguido por mais um corte de 0,50 ponto na reunião de dezembro, ou seja, abaixo do patamar de 1 pontos dos cortes das últimas reuniões. "Este movimento levaria a Selic para um nível claramente que estimula (a atividade) e em recorde de baixa de 7%." Para o economista do Goldman, a inflação já atingiu o piso no Brasil e deve ter "leve alta" pela frente, mas deve seguir abaixo da meta do BC. O cenário atual e futuro continua benigno, ressalta ele.

A aceleração no ritmo de alta do IPCA - 15 mostra que o melhor momento para a inflação ficou para trás, avalia o economista André Muller, da AZ Quest Investimentos. "Períodos de surpresa para baixo parece que se encerraram", diz. Porém, isso não traz preocupação. "Seria preocupante se começássemos a ter pressões relacionadas à demanda, mas parece que está longe de ocorrer", avalia. A AZ Quest manteve a expectativa de 3,10% para a inflação em 2017.

"É uma normalização da inflação. Não é nosso normal esses números baixos próximos de zero, ainda não temos situação fiscal para tal", avalia o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Para ele, o cenário de inflação segue favorável e sem grandes riscos para 2018. A alta do IPCA-15 de outubro colabora com um cenário de inflação mais "normal" nos últimos três meses do ano após os últimos meses "extraordinariamente baixos", avalia. Vale considera que a normalização do IPCA confirma sua aposta de que a Selic deve terminar o ciclo em 7%, permanecendo neste patamar ao longo de 2018.

"O cenário de aceleração da inflação para o ano que vem é um pouco impeditivo de maior agressividade do BC." Já o economista João Fernandes, Quantitas Asset Management, afirma que alguns componentes do IPCA-15 surpreenderam ao mostrarem um resultado pior este mês. "A parte de serviços é foco de preocupação, pois acelerou a um ritmo forte", avalia. Fernandes diz que ainda é preciso aguardar as próximos meses para saber se essa velocidade de avanço
será uma tendência. Se for, completa, começa a ir para a "zona de perigo".

Esse temor está relacionado especialmente à conduções da política monetária, já que os serviços subjacentes são mais sensíveis à atividade e são acompanhados com afinco pelo BC. "Se prosseguir acelerando nessa magnitude por mais
dois ou três meses, poderá ser suficiente para provocar revisões nas projeções para a taxa Selic", avalia. 

Revisão

A Rosenberg Associados elevou nesta sexta-feira a projeção para a inflação fechada deste ano de 2,8% para 3,1%. "Diminui a chance de o IPCA fechar abaixo 3% em 2017", conforme análise da consultoria. Segundo o economista Leonardo França Costa, os preços administrados devem ficar mais pressionados este ano, especialmente por causa do encarecimento em gás de botijão.

O UBS Brasil elevou sua projeção para a inflação deste ano de 3% para 3,10% como mostra o relatório intitulado "A rota lenta para (um novo) normal", enviado a clientes nesta sexta-feira. Para 2018, a expectativa segue em avanço de 3,7%. "Com a inércia da inflação passada, a inflação externa baixa e a grande ociosidade da economia, é provável que aceleração seja lenta", ressalta o banco.

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