Lançamento de imóveis desaba e pode encarecer a casa própria

Lançamento de imóveis desaba e pode encarecer a casa própria

Resultado negativo reflete queda de vendas, fuga dos brasileiros da poupança e elevado nível dos juros, afirma CBIC

R7

Construção retraiu-se pela 4ª vez em cinco meses, com -3,9% na comparação com o período anterior

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O volume de lançamentos imobiliários no Brasil recuou 44,4% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com os últimos três meses do ano passado, mostram dados revelados nesta segunda-feira (29) pela Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC).

De acordo com o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, os números sinalizam para um volume total baixo de 273 mil unidades ainda a serem vendidas no país, o que pode resultar no encarecimento da casa própria.

"Se esse movimento de queda de lançamentos continuar, vai faltar unidades a serem vendidas e, consequentemente, ocorrerá um aumento de preços acima do esperado”, afirma Petrucci ao apresentar os resultados do mercado imobiliário.

Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda indicada para o volume de lançamentos novos no Brasil é de 30,2%. "Se não fosse a cidade de São Paulo, a queda no Brasil teria sido de 38,8%", destaca o presidente da Brain Inteligência Corporativa, Fábio Tadeu Araújo.

No acumulado dos últimos 12 meses, a quantidade de lançamentos efetivados pela indústria da construção totaliza 288 mil unidades, valor que coloca o setor novamente no patamar atingido no início de 2021.

Vendas

Os números também mostram para quedas no número de unidades vendidas nas comparações anuais (-9,2%) e ao último trimestre do ano passado (-5,2%). Os representantes do setor classificam os resultados negativos como um reflexo da insegurança presente na economia nacional.

“Essa insegurança do mercado resulta da escassez e encarecimento de recursos do SBPE para o financiamento, da necessidade de revisão dos tetos de contratação do FGTS e da adequação da curva de subsídios e da alta taxa de juros”, destaca a CBIC.

Entre janeiro e março deste ano, a volume de saques da caderneta de poupança superou o de depósitos em R$ 51,2 bilhões. Trata-se da maior retirada da série histórica, iniciada em 1995, para o período, de acordo com o Banco Central (BC).

A outra queixa do setor envolve o atual patamar da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. "Com uma taxa de juros absurda, a opção de investimento na poupança passa a ser muito pouco atrativa e as pessoas buscam outros investimentos", lamenta o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Segundo a associação, a baixa queda no número de vendas mostra que ainda existe a procura por moradia no Brasil. "O mercado segue saudável e equilibrado, por há demanda potencial. O que existe é falta de confiança do empresário, que refletira no mercado futuro."


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