Lula vai negociar créditos de carbono que dariam à China "licença para poluir"

Lula vai negociar créditos de carbono que dariam à China "licença para poluir"

Levantamento da primeira bolsa de carbono do país estima que o mercado tem potencial de atrair US$ 45 bilhões em uma década

R7

Levantamento da primeira bolsa de carbono do país estima que o mercado tem potencial de atrair US$ 45 bilhões em uma década

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No encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Xi Jinping, que vai ocorrer entre esta quinta-feira (13) e sexta-feira (14) em Pequim, na China, o brasileiro deve negociar para que os chineses passem a comprar os chamados créditos de carbono do Brasil — uma compensação pela poluição feita pelo país asiático.

Em 2021, a China foi responsável por 31% das emissões de CO₂, o principal gás do efeito estufa. A informação é de um estudo do consórcio internacional de cientistas Global Carbon Project divulgado durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26).

Um levantamento feito pela Moss, primeira bolsa de carbono do país, estima que o mercado na área tem potencial de atrair US$ 45 bilhões em uma década.

No mercado de carbono, o objeto em venda é a remoção dos gases causadores do efeito estufa, da atmosfera. Pela capacidade de produção de energia limpa e de reflorestamento, o Brasil tem vantagem na geração de créditos desse tipo. Por isso, é um potencial fornecedor a países que precisam compensar a poluição atmosférica.

Cada país determina um número-limite de emissão de gases de efeito estufa em um espaço de tempo e, caso ultrapasse o valor acordado, compra cotas restantes de nações que têm crédito. Essas cotas são estipuladas em tratados ambientais, como o Acordo de Paris ou o Protocolo de Quioto.

BNDES

Durante a COP27, em 2022, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um programa de captação de créditos de carbono no Brasil. O banco estatal fez duas chamadas públicas para empresas brasileiras, que selecionaram 20 projetos de conservação e de energia para receber investimento público.

Japão

Em julho de 2022, o Brasil celebrou acordo bilateral com o Japão para fomento ao mercado de créditos de carbono. Os países foram os primeiros a assinar um protocolo de intenções nesse sentido desde a aprovação do artigo 6 do Acordo de Paris, que trata do tema, firmado em 2021, na COP26.

Além do reconhecimento do mercado de carbono como ferramenta fundamental para redução de gases de efeito estufa, os países enfatizaram à época a importância da criação de oportunidades bilaterais de investimentos em projetos verdes de tratamento de resíduos sólidos a fim de gerar energia limpa e diminuir as emissões de metano. A intenção seria contribuir para que as nações cumpram seus objetivos firmados internacionalmente com relação ao saldo de emissões de carbono.

Em janeiro, Lula chegou a dizer que teria que cobrar dos países ricos "o tal do crédito de carbono". O Brasil já regulou esse mercado por meio de um decreto editado no ano passado e conta, também, com o acordo feito com o Japão, cuja economia é uma das maiores do mundo.

Quando se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, Lula deve tentar convencer a China a comprar o equivalente a até US$ 10 bilhões (ou R$ 50 bilhões) por ano em créditos de carbono gerados pelo Brasil.


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