“Nós esperamos que ocorra o mais rápido possível”, diz Sindilojas sobre reabertura do comércio

“Nós esperamos que ocorra o mais rápido possível”, diz Sindilojas sobre reabertura do comércio

Entidade acompanhou movimentação na Câmara Municipal que votou pela retomada parcial das lojas

Jessica Hübler

Segundo presidente da Sindilojas, desespero de quem empreende no Brasil é muito grande

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u“Nós esperamos que ocorra o mais rápido possível”, disse o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), Paulo Kruse, sobre a reabertura das lojas na Capital.

A entidade acompanhou todo o processo, inclusive o resultado da votação do projeto de lei na Câmara Municipal sobre a retomada parcial dos setores econômicos na cidade. “Entendemos a boa vontade dos vereadores de até ajudar o comércio e para nós é importante isso, só que na verdade quem tem o poder de decisão são os prefeitos e governadores”, destacou.

Conforme Kruse, o desespero de quem empreende no Brasil é muito grande. “Teremos muita empresas que não poderão voltar mais, em virtude do tempo que ficaram fechadas. Fora isso temos que nos lembrar do período que virá após o novo coronavírus, as coisas não vão voltar de uma maneira normal”, destacou. Segundo ele, haverá uma abertura assim que isso for autorizado e a expectativa do Sindilojas POA é de que isso possa acontecer no dia 2 de maio.

“Estamos conversando para tentar abrir pelo menos parte do comércio no dia 2, mas passados 60 ou 90 dias teremos um grande número de fechamento de empresas, que não vão suportar uma queda de 60% a 70% no faturamento, muitas empresas não têm caixa para aguentar tantos meses no prejuízo, há um percentual muito pequeno que vai aguentar isso. É isso que o prefeito tem que se sensibilizar e saber que já tivemos um número grande de demissões e teremos muito mais, talvez bem mais pessoas morrerão em função da economia do que pela Covid-19”, lamentou.

Bom senso

De acordo com Kruse, seria necessário que a Prefeitura tivesse bom senso e reagisse positivamente ao retorno gradual das atividades no setor do comércio. “A boa vontade dos vereadores e o interesse manifestado é muito grande, mas isso é um jogo político, entendemos como tal. Respeitamos e somos favoráveis ao que foi feito pelos vereadores”, afirmou.

Como a retomada da construção civil e da indústria já vem ocorrendo, Kruse ressaltou que há uma possibilidade de que o comércio também volte aos poucos. “Entendemos que semana que vem é a vez do comércio, até porque a segunda data mais importante do setor está chegando (referindo-se ao dia das mães) e o lojista está preparado, com os estoques lotados para a data. Sem essas vendas, isso agravaria muito mais a crise do setor, entendemos que se foi flexibilizada a venda de chocolates, na páscoa, agora no mínimo devemos reabrir as lojas”, reiterou. 

Nas conversas com a Prefeitura, conforme Kruse, o Sindilojas POA também está pedindo a reabertura dos shoppings centers. “Já tivemos 2 reuniões e pretendemos ter outra ainda essa semana, estamos dialogando para ver se realmente a gente abre”, informou. Apesar de a possibilidade de uma reabertura do comércio estar sendo discutida, Kruse admitiu que provavelmente isso não vai solucionar os prejuízos num primeiro momento, pois mesmo com as lojas abertas, é possível que o movimento seja baixo. 

“Esperamos uma queda de vendas de 50%  a 70%, certamente tem muita gente contra a abertura, muita gente com medo, mas precisamos reforçar que o comércio já tem protocolos bem determinados, com muitas informações, nós não temos como acreditar que nós sejamos o maior indutor do vírus, ao contrário, as lojas abrirão com menos funcionários, todos com máscara, respeitando o limite de distância, com álcool em gel, isso faz com que tenha segurança quem for comprar nesses ambientes”, detalhou.

Dia das mães

Ainda com relação ao dia das mães e o grande número de vendas no setor, Kruse lembra que os lojistas querem vender, mas muita gente também está precisando de alternativas para comprar um presente. “É uma data especial, o convívio não será tão normal que nem era, mas não ter a oportunidade de dar um presente também é muito ruim”, definiu. 

Além disso, Kruse reforça que todo comerciante é um pai, uma mãe, um filho ou um avô “e todos eles querem sobreviver”. “Não tem um deles que queira se expôr a risco de morte, por isso mesmo são os primeiros a terem os cuidados e seguirem todas as normas colocadas pela Organização Mundial da Saúde de precaução para que se evite uma maior contaminação”, enfatizou.


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