Petrobras despenca após balanço e contamina o Ibovespa, que cai a 126,5 mil pontos

Petrobras despenca após balanço e contamina o Ibovespa, que cai a 126,5 mil pontos

Petrobras registrou o segundo melhor lucro da sua história em 2023

Estadão Conteúdo

Petrobras registrou o segundo melhor lucro da sua história em 2023

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A derrubada das ações da Petrobras após o resultado trimestral menor do que o de 2022 e em meio à falta de dividendos extraordinários da estatal empurra o Ibovespa para uma queda forte. Mais cedo, chegou a cair 1,98%, indo aos 125.802,48 pontos, na mínima, puxado pelos papéis da estatal, que caem entre cerca de 11% e de 12%.

O que atenua um pouco o recuo do Índice Bovespa é a alta moderada vista no pré-mercado de Nova York, após a divulgação do relatório de emprego dos EUA relativo a fevereiro. Apesar do aumento acima do esperado na geração de vagas no país, assim como a taxa de desemprego, enquanto o salário médio por hora avançou menos do que o previsto pelo mercado.

"Salários levemente abaixo é muito importante, pois aqui está o gap inflacionário. Claro que não é o dado ideal, pois teve o repique do começo do ano. Só que isso não muda a visão de três cortes dos juros americanos, a partir de junho", avalia Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

No entanto, pondera que a queda em Petrobras sobrepõe a esse sinal positivo da leitura do payroll. Com o recuo dos papéis, outros se beneficiam como ações de empresas menores do ramo de petróleo por conta da troca de posição. Neste sentido, o giro financeiro promete ficar robusto no fechamento do pregão. Por volta das 11 horas era estimado em R$ 57,4 bilhões. No mínimo duas vezes acima da média diária.

"Com essa queda em Petrobras, é fácil performar o Ibovespa e é um processo natural o giro ficar forte. Há saída das ações da Petrobras", diz Spiess. PetroReconcavo ON subia 3,28%, Prio ON avançava 3,09% e 3R Petroleum ON, 3,32%. Já Petrobras caía 9,61% (PN) e -10,74% (ON).

A Petrobras registrou o segundo melhor lucro da sua história em 2023, o primeiro da gestão de Jean Paul Prates. O montante foi de R$ 124,6 bilhões, mas ficou menor 33,8% do ano anterior. Além disso, o Conselho de Administração da estatal decidiu não pagar dividendos extraordinários.

"Não é só a questão de mexer no dividendo que pesa. O mercado vê algo como uma indicação de interferência no capital de forma global, um sinal ruim por parte da direção. Gera aversão", diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Na esteira de Petrobras, Banco do Brasil cedia quase 2,50%, por conta de temores de interferência política na instituição.

"O balanço em si já veio mais fraco, decepcionou. Mas o que chamou bastante a atenção foi o dividendo. O presidente da Petrobras já havia falado que a ia revisitar isso, que direcionaria parte disso para futuros investimentos, especialmente para energia limpa", descreve o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, completando que também pesa nas ações da estatal e no Ibovespa a indicação do governo de gastar mais, o que compromete o ordenamento das contas públicas.

Conforme o analista Bruno Takeo, a indicação da Petrobras de pagar menos dividendo para investir eme energia limpa tem de ser vista com cuidado. "A questão é saber se serão destinados da maneira correta. Há dúvidas por conta dos investimentos passados em setores em que não domina que não deram certo. Essa transição é vista com certo ceticismo por causa do passado", avalia.

Às 11h23, o Ibovespa caía 1,39%, aos 126.584,99 pontos, ante recuo de 1,98%, na mínima aos 125.820,33 pontos. Com isso, acumula queda semanal de 2,01% até o momento. Vale ON subia 0,32%, apesar do recuo do minério de ferro na China.


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