Prefeituras têm dívidas milionárias com iluminação

Prefeituras têm dívidas milionárias com iluminação

Passivos prejudicam investimentos no setor e a expansão dos serviços

Jéssica Mello

Desde dezembro, todas as prefeituras devem assumir a iluminação

publicidade

As concessionárias de energia elétrica que prestam serviço de iluminação pública no Rio Grande do Sul arcam com dívidas históricas das prefeituras. O valor dos passivos e o número de municípios devedores, no entanto, reduziram na última década. Os municípios em débito estão em negociação. Com o desenvolvimento do País e consequente maior demanda por energia elétrica, esses passivos acabam prejudicando os investimentos em redes de distribuição e expansão dos sistemas de atendimento.

A CEEE, que atende a 26% do território do Estado, tem menos de dez prefeituras com débitos. Apesar do número pequeno, a soma das dívidas chega a R$ 53 milhões. Segundo o presidente da companhia, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, o valor representa 1,5% do faturamento total da empresa de distribuição. “Essa é uma situação que precisamos arrumar. Há algumas negociações administrativas e outras judiciais. Não podemos abrir mão desse valor nem mesmo fazer um tratamento diferente dos consumidores comuns”, afirma. A expectativa da empresa é resolver as pendências financeiras ainda no primeiro semestre deste ano com os municípios nos quais não há ações judiciais em andamento. A dívida mais antiga tem nove anos. “A situação econômica do setor elétrico é sensível e tudo o que precisamos é investir. Essas negociações fazem parte do processo de recuperação”, destaca.

Dos 118 municípios atendidos pela AES Sul no Estado, 22 (18%) possuem débitos de iluminação pública ou de prédios próprios. Porém, segundo a empresa, todos estão com processo de negociação e os valores não foram divulgados. A Rio Grande Energia (RGE), que atende a 264 municípios no Rio Grande do Sul, informou que não se manifesta sobre o assunto.

Segundo dados de 2005 da Confederação Nacional de Municípios, os débitos somados da CEEE, AES Sul e RGE atingiam R$ 240 milhões. Apenas a dívida de Porto Alegre com a CEEE chegava a R$ 42 milhões, referentes à iluminação pública. Entre as concessionárias, a AES Sul tinha o maior valor a receber por 35 inadimplentes: R$ 98 milhões. Com correções, o débito chegava a R$ 180 milhões. A CEEE somava dívidas de 25 municípios de R$ 100 milhões. A RGE tinha R$ 50 milhões a receber, de 181 prefeituras.

Todos os municípios brasileiros teriam de assumir o ativo de iluminação pública até o final de dezembro do ano passado, segundo resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Hoje, 89% dos municípios estão adequados à normativa, ou seja, 4.975 dos 5.564. Apenas sete estados não cumprem a norma. As situações mais críticas são verificadas no Amapá e em Roraima, onde nenhum dos municípios aderiu. No Ceará, em 134 dos 184 a iluminação pública segue sob gestão das distribuidoras de energia. A situação é a mesma em 147 dos 185 municípios de Pernambuco.

Na Capital, taxa cobre despesas

Porto Alegre foi uma das primeiras cidades brasileiras a assumir a responsabilidade pela iluminação pública. Segundo as secretarias municipais da Fazenda (SMF) e de Obras e Viação (Smov), o recurso arrecadado pela taxa integrada na conta de luz é suficiente para arcar com as despesas. “O valor é recebido pela CEEE, que desconta o débito pelo consumo da energia e repassa o restante para o Fundo Municipal de Iluminação Pública (Fumip)”, diz o secretário de Obras, Mauro Zacher.

A cobrança da Contribuição de Iluminação Pública, que iniciou nas contas da CEEE em 2006, é determinada por três faixas de valores. Dos pontos residenciais, a taxa parte de R$ 5,21. Dos clientes comerciais ou industriais, o custo inicial fica em R$ 16,50. Os valores são reajustados pelo mesmo índice aplicado à tarifa de energia elétrica. Por mês, são depositados no Fumip, em média, R$ 1 milhão para manutenção

Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895