Dando continuidade ao processo de privatizações de empresas estatais na gestão do governo Eduardo Leite (PSDB), o leilão da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) está marcado para a próxima sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Em entrevista na manhã desta terça-feira na Rádio Guaíba, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, ressaltou que a expectativa maior do governo está para a pós-venda da empresa.
"O valor mínimo (para a venda da Sulgás) que foi alocado nos estudos foi de R$ 937 milhões. Eu acho que a expectativa não reside no leilão de sexta, mas no pós-leilão de uma companhia de gás privada que possa abrir novos horizontes na captura e na captação de novos entrantes de gás para que mais clientes, mais empresas, mais indústrias possam se conectar à rede", afirma o secretário.
De acordo com Lemos, uma das exigências no processo de privatização da Sulgás, é que a nova detentora da concessão esteja apta a modernizar os serviços hoje oferecidos pela empresa, especialmente no ramo de gás natural. "Nós temos no Vale do Taquari empresas que demandam esse insumo. Na região Sul, se nós identificarmos a partir do porto de Rio Grande, nós já temos empresas avançando com o tempo e que poderiam trabalhar com o gás natural", exemplifica.
Além dos avanços na indústria, o secretário projeta que após a venda da Sulgás, a população possa ser beneficiada com os recursos adquiridos pela transação, que serão direcionados para educação, saúde, segurança e investimento em meio ambiente. "Nós vamos reduzir o trânsito de veículos nas cidades porque você vai receber o gás na sua casa através de um cano, então, não vai ter necessidade de estar transitando em um veículo", acrescenta o secretário.
A Sulgás não é a primeira empresa do atual governo que será leiloada. Em março, o braço de distribuição da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE-D) foi vendido para a holding Equatorial. A proposta, de R$ 100 mil, foi a única válida no leilão envolvendo a estatal gaúcha. Na semana passada, o setor de transmissão da CEEE foi efetivamente vendido para a CPFL Energia.
Preço do gás para a população
O processo de leilão da Sulgás ocorre em um contexto onde o gás de cozinha tem trazido impactos no bolso da população. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os brasileiros que precisaram substituir o botijão de 13 kg de GLP (gás liquefeito de petróleo) para cozinhar ainda esse mês tiveram que desembolsar, em média, R$ 98,67.
O valor corresponde a 8,97% do salário mínimo, de R$ 1.100, e equivale ao maior percentual em comparação com o piso da remuneração oferecida aos trabalhadores desde o início de 2008, segundo informações compiladas pelo site Observatório Social da Petrobras.
Lucas Eliel