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Queda da produção industrial pode gerar desaceleração até dezembro

Em junho, a redução foi de 0,4% na comparação com o mês anterior; consequências não serão imediatas, dizem economistas

| Foto: Governo do ES / Divulgação / CP Memória

A produção industrial brasileira diminuiu 0,4% em junho, na comparação com o mês anterior, conforme informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na terça-feira (2), por meio da PIM (Pesquisa Industrial Mensal). Esse resultado interrompe quatro meses seguidos de expansão, com alta acumulada de 1,8%. Mesmo assim, o setor industrial ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Para Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, essa redução não representa um enfraquecimento da indústria. "É preciso lembrar que as pesquisas olham os dados econômicos 'pelo retrovisor', as informações têm como base a situação de junho. A produção industrial vem de uma sequência positiva, teve apenas dois meses de variação negativa neste ano", diz.

O desempenho negativo da indústria não deve ter influência imediata na economia do país, segundo Sichel, mas ela pode apresentar desaceleração até o fim do ano. "O segundo trimestre mostrou uma situação econômica mais sólida, influenciada pelas medidas de auxílio à população. Isso deu uma aquecida", explica.

"O resultado decepciona, mas não é tão grave assim no curto prazo, já que na variação do trimestre encerrado em junho houve alta de 0,9%", avalia André Perfeito, economista-chefe da corretora de valores Necton.

A pesquisa do IBGE mostra que os produtos farmoquímicos e farmacêuticos foram os responsáveis pela maior queda, de 14,1%. Outros resultados negativos relevantes foram dos setores de máquinas e equipamentos, com diminuição de 2% em junho, metalurgia (-1,8%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,8%), e outros equipamentos de transporte (-5,5%).

Além disso, foi 1,3% mais baixa a produção dos derivados do petróleo e biocombustíveis, interrompendo os avanços registrados em abril e maio, quando acumularam crescimento de 5,3% e 5%, respectivamente. "A indústria de transformação puxou a queda e recua 0,32%, enquanto a indústria extrativista sobe 1,94% após ter caído 5,66% no mês anterior", diz Perfeito.

Para o economista-chefe da Necton, o problema central é que o setor não apresenta melhoras desde 2014 e está 13% abaixo do início daquele ano. "Até o setor extrativista vem apresentando queda, e é 23% menor que o verificado em abril de 2015", comenta.

Perfeito diz que a queda no setor pode estar ancorada em questões estruturais importantes tanto domésticas quanto externas, o que explicaria a complexidade da situação, extrapolando as urgências de curto prazo. "Um segmento tão intensivo em capital e economia de escala encontra sérias limitações com juros elevados, queda das margens de lucro e piora no mercado externo."

Ese economista esboça uma solução: "Talvez seja necessário repensar o setor dentro de um planejamento de longo prazo, em busca de segmentos em que haja vantagem competitiva", finaliza. 

R7