Restrições da Covid-19 ainda afetam atividades de 45% das empresas do Brasil

Restrições da Covid-19 ainda afetam atividades de 45% das empresas do Brasil

Pesquisa indica, contudo, melhora no cenário de pessimismo para a economia

AE

Higienização entrou para a rotina das empresas

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A pandemia do novo coronavírus ainda prejudicava os negócios de quatro em cada dez empresas na primeira quinzena de julho. Entre as 2,814 milhões de companhias em funcionamento no País, 44,8% informaram que a Covid-19 impactava negativamente suas atividades. No entanto, houve melhora em relação à segunda quinzena de junho, quando 62,4% das empresas se declaravam afetadas pela pandemia.

 

Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integra as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Apesar da continuidade desses efeitos negativos, destaca-se uma melhora em relação à quinzena anterior", apontou Flávio Magheli, coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE. "Podemos dizer que tem uma maior incidência de empresas que estão num processo lento de recuperação."

 

A evolução ainda imprevisível da pandemia e a redução da massa de salários em circulação na economia podem fazer com que algumas dessas empresas permaneçam em dificuldades por mais tempo, até que algumas deixem de existir, alertou Mauro Oddo, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "Vão quebrar muitas empresas? Vão. Principalmente as pequenas. Elas não têm reserva de caixa, o capital de giro é muito baixo", apontou Oddo.

 

O setor de serviços se manteve com a maior proporção de empresas impactadas negativamente pela covid-19: 47% das companhias do setor se queixaram dos reflexos da pandemia na primeira quinzena de julho. Mas houve melhora em relação à segunda quinzena de junho, quando 65,5% das empresas estavam afetadas. No comércio, 44% das companhias relataram efeitos negativos nos negócios na primeira quinzena de julho, ante uma fatia de 64,1% na segunda quinzena de junho.

 

A flexibilização das medidas de isolamento social melhorou a percepção das empresas de serviços sobre os impactos negativos da covid-19 nos negócios, mas piorou a do comércio. No geral, a pandemia reduziu as vendas ou serviços comercializados em 46,8% das empresas na primeira quinzena de julho.

 

Houve piora nas vendas em 51,6% das empresas do comércio na primeira quinzena de julho, ante um montante de 48% na segunda quinzena de junho. Entre os Serviços, 45,8% das empresas se queixaram de queda nas vendas na primeira quinzena de julho, ante 54,7% na segunda quinzena de junho.

 

Segundo Alessandro Pinheiro, coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE, além de haver mais empresas apontando dificuldades nas vendas e na capacidade de realizar pagamentos de rotina, o comércio pode estar mais afetado pelo desabastecimento, com dificuldade de acesso a fornecedores.

 

"O relaxamento das medidas impactou mais setores que precisam de contato presencial, mas piorou a situação do comércio. O comércio enfrenta problema semelhante ao da indústria. O comércio depende mais dos fornecedores do que os serviços", justificou Pinheiro.

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