RS procura estreitar relações com a China

RS procura estreitar relações com a China

Técnicos chineses devem avaliar reconhecimento do Estado como livre de aftosa sem vacina

Correio do Povo

Comitiva gaúcha participou de eventos para ampliar negócios no país

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Como resultado da missão à China realizada em novembro, o governo do RS projeta ampliar os negócios com seu maior parceiro comercial. Os setores que podem ser beneficiados com a aproximação devem ser o agronegócio, a indústria, o segmento de energias renováveis e tecnologia. Segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, um grupo de técnicos chineses é esperado no início de 2024 para verificar, in loco, o sistema de defesa sanitária animal do Estado, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livre de aftosa sem vacinação.

A expectativa é que, após a vistoria, o gigante asiático habilite as exportações gaúchas de cortes suínos e de carne bovina com osso ao país. “Isso amplia, principalmente, a atuação na carne suína. Quando tivermos esse reconhecimento, poderemos também exportar a carne com osso e os miúdos, que eles consideram como iguaria e que não têm praticamente utilidade para nós, como pés e orelhas”, explicou Polo. Com o reconhecimento do status sanitário do Estado, também será possível habilitar novas plantas frigoríficas, em várias regiões, para exportar aos chineses.

Polo informou que, à medida que o Estado tiver autorização para comercializar esse tipo de produto para a China, as exportações de carne suína gaúcha devem ser incrementadas em 100 milhões de dólares por ano. “Pagam um valor bem expressivo. Cerca de 4 mil dólares a tonelada do pé de porco, por exemplo”, complementou.

Na viagem, um documento foi entregue pela comitiva gaúcha ao Ministério da Agricultura chinês, com informações sobre os reconhecimentos sanitários internacionais do RS. Dentre eles, o de livre de peste suína clássica, desde 2016, e livre de febre aftosa sem vacinação, desde 2021.

Segundo a pasta, a China é responsável pela importação de mais de 4,7 bilhões de dólares por ano do Estado. Os principais produtos gaúchos destinados aos chineses são carnes de frango, suínos, bovinos, soja, óleo de soja, tabaco, couros e peles, entre outros.

Investimentos

Para Polo, a missão liderada pelo vice-governador Gabriel Souza foi um primeiro passo para a atração de recursos chineses e parcerias também em outras áreas, além do agronegócio. Foram assinados dois memorandos de cooperação com o objetivo de promover comércio bilateral, investimentos em vários setores, incluindo a indústria, e incentivar a troca de conhecimentos.

Uma das expectativas é produzir componentes para veículos elétricos no território gaúcho. “Como temos uma estrutura de inovação muito forte, apresentamos o Estado como um potencial para receber uma unidade para produzir, por exemplo, baterias e outros componentes”, disse Polo.

Conforme o secretário, o RS tem interesse em obter investimentos para o desenvolvimento do segmento de energia eólica, da produção de biomassa, hidrogênio verde e energia solar. “Foi muito boa a receptividade e pretendemos, na sequência, no ano que vem, seguir com as tratativas. Também conversamos com algumas empresas”, informou o secretário. É interesse do Estado que a China viabilize a instalação e produção de placas fotovoltaicas também.

Eventos

Representantes do governo chinês foram convidados para participarem de eventos no Rio Grande do Sul ao longo de 2024, como o South Summit, a Expodireto e a Expointer. Dessa forma, a intenção é estreitar ainda mais os laços comerciais com o parceiro.

Durante a missão realizada em novembro, a delegação gaúcha esteve no China International Supply Chain Expo (Cisce), com estande oficial e onde o vice-governador participou do Fórum Global de Inovação e Desenvolvimento da Cadeia de Fornecimento, com discurso sobre a potencialidade do Estado nos setores de proteína animal e energias renováveis. O foco desta edição da Cisce foi na exposição e na discussão sobre veículos inteligentes, agricultura verde, energia limpa, tecnologia digital e vida saudável, áreas que o governo entende que o Estado tenha potencial de desenvolver e receber investimentos nos próximos anos.

Além disso, o grupo participou do 1º Seminário do Desenvolvimento Sustentável de Cadeias Comerciais Internacionais e do 3º Seminário de Cooperação na Cadeia de Abastecimento Alimentar e Pecuária China-Brasil.


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