Setor produtivo está à espera de uma reforma

Setor produtivo está à espera de uma reforma

No Dia da Indústria, segmento soma perdas em 2023, mas aguarda a aprovação da Reforma Tributária para destravar

Christian Bueller

Dia da Indústria é comemorado em 25 de maio

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Neste dia 25 de maio é comemorado o Dia da Indústria, data que tem como objetivo celebrar um dos setores mais importantes da economia brasileira. Atualmente, o país passa por um processo de reindustrialização, principalmente defendido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A indústria tecnológica do Brasil, por exemplo, é, atualmente, o maior mercado da América Latina e ocupa a 11ª posição dentro do mercado global. Segundo a consultoria IDC, o país teve investimento de US$ 75 bilhões em tecnologia em 2022, e o setor de TI B2B, que compreende soluções e serviços para empresas, deverá crescer 8,7% em 2023.

No entanto, a realidade da indústria no RS, de um modo geral, passou por dissabores desde o ano passado, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry. “Desde o segundo semestre do ano passado, o setor apresenta sinais de perda de ímpeto de crescimento. Nos primeiros três meses de 2023, a produção industrial gaúcha recuou 9,2% em relação ao mesmo período de 2022, o pior início de ano desde 2015 e o mais negativo entre os 17 estados pesquisados pelo IBGE”, relata. Para ele, a parada para manutenção de duas grandes empresas – General Motors, de Gravataí, e Refinaria Alberto Pasqualini, de Canoas -, teve contribuição decisiva para esse resultado.

Petry elenca a alta taxa de juros que dificulta o acesso ao crédito, o baixo dinamismo da demanda interna, a desaceleração da economia mundial com reflexos nas nossas exportações e a baixa confiança dos empresários industriais como fatores que ajudam a explicar o contexto atual do setor. “O atual nível de confiança dos industriais gaúchos só não é mais baixo do que os verificados nos períodos recessivos de 2014-2016 e de 2020. Com a forte queda observada no primeiro trimestre, a produção gaúcha teria que crescer em média 3% nos demais trimestres do ano, quando comparados com os respectivos períodos do ano passado, para que o resultado apresente estabilidade frente a 2022”, destaca o presidente da Fiergs, projetando uma probabilidade baixa de crescimento em 2023.

Segundo dados da OCDE de 2020, entre os países da América Latina, o Brasil conta com a segunda maior carga tributária, 31,6% do PIB. Perde somente para Cuba, com 37,5%. Em 2022, a Carga Tributária Bruta do Governo Geral (Governo Central, Estados e Municípios) foi de 33,7% do PIB, sendo grande parte de sua base de incidência formada por bens e serviços. No entanto, segundo o presidente da Fiergs, há um caminho para uma mudança de cenário, incluindo a produção no Estado. “Uma reforma tributária que inclua a adoção de um modelo de IVA (Imposto sobre o Valor Agregado), tal como o proposto nas PECs 45 e 110, é condição necessária para destravar o processo de industrialização. As mudanças devem promover a simplificação do sistema, desonerar as exportações e os investimentos, sem promover o aumento da carga tributária”, reiterou Petry.

Unidade de Guaíba da CMPC fatura R$ 7,8 bilhões em 2022

Há três anos, a CMPC atinge em sequência recordes históricos anuais de produção em sua unidade de Guaíba. Em 2022, quando o faturamento na unidade foi de R$ 7,8 bilhões, a companhia produziu 2.063.093 toneladas, superando o ano anterior que, até então, representava o maior número obtido. A planta possui duas linhas produtivas de celulose, que somaram 2.009.210 toneladas em 2021. Em 2020 foram 1,87 milhão de toneladas de celulose.

As seguidas quebras de recordes de produtividade ocorreram em meio às obras do BioCMPC, projeto que é o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul em sustentabilidade, que serão entregues no final de 2023. A conclusão vai proporcionar um ganho de performance na unidade industrial de aproximadamente 18% da capacidade produtiva, o que representa o acréscimo de cerca de 350 mil toneladas de celulose por ano. O que demonstra que a companhia está otimista e preparada para se manter em crescimento e em busca de novas marcas históricas. Ao todo, o projeto possui investimento de R$ 2,75 bilhões e contempla 31 iniciativas de melhorias. “Com todos os investimentos que realizamos recentemente e em especial os R$ 2,75 bilhões destinados ao BioCMPC desde o ano de 2021, projetamos um futuro bastante próspero para a unidade de Guaíba. Entendemos que o aumento de performance nos auxiliará na busca por mais qualificação em todas as partes do processo produtivo e nos permitirá atingir resultados anuais ainda maiores, nos posicionando como referência no segmento de celulose e papel no Brasil”, afirma Mauricio Harger, diretor-geral da CMPC no Brasil.

Cerca de 91% do que é produzido na unidade da CMPC em Guaíba são destinados para exportação aos mercados da Europa e Ásia, em especial para a China. O restante é direcionado para a cadeia produtiva brasileira. Atualmente, a CMPC já utiliza a hidrovia Guaíba/Lagoa dos Patos para o transporte de cargas, que torna a logística de exportação altamente eficiente e sustentável. Em 2022, a companhia transportou mais de 1,8 milhão de toneladas de celulose por hidrovia. Para melhorar a distribuição para outros países, a CMPC anunciou um convênio com o governo do Estado em parceria com a empresa Neltume Ports para modernizar e aumentar eficiências do porto de Rio Grande.

30% da produção da Vipal Borrachas rodam o mundo

A Vipal Borrachas, fundada no município de Nova Prata, possui seis fábricas, das quais quatro no Brasil, uma na Argentina e uma nos Estados Unidos, que produzem as marcas Vipal, Ruzi e Marangoni. Também possui filiais internacionais e 13 centros de distribuição em três continentes diferentes. Líder em reforma de pneus de carga na América Latina, com 35% de participação no mercado, a empresa tem em 2023 um ano simbólico, os 50 anos de atuação completados em julho.

“Muito nos orgulha sermos uma das companhias com maior capacidade produtiva do mundo na área, exportando para mais de 90 países o nosso mix completo de soluções”, afirma Leandro Rigon, diretor de Negócios Internacionais da Vipal Borrachas. “Estamos cada vez mais aumentando nossa presença fora do país. Estes números ratificam que a exportação é parte fundamental do nosso negócio, resultando que 30% do que produzimos é destinado para abastecer clientes de outros países”, completa. Cerca um terço do volume produzido é dedicado às exportações.

Além disso, foi criada, há dez anos, a Universidade Corporativa Univipal, que conta com um portfólio de mais de 70 cursos atualizados de acordo com as demandas atuais do segmento.


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