Um décimo da população concentra 43% dos rendimentos no País

Um décimo da população concentra 43% dos rendimentos no País

Aumento da concentração de renda no Brasil foi retomado a partir de 2016

Correio do Povo

Renda dos mais pobres diminuiu nos últimos anos

publicidade

A desigualdade social voltou a crescer no Brasil e a renda se tornou mais concentrada a partir de 2016. Esse é o cenário mostrado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) Rendimento de Todas as Fontes 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira. 

Os 10% mais ricos concentravam 43,1% dos rendimentos no ano passado enquanto os 10% mais pobres detinham 0,8% da massa de ganhos. A pesquisa mostrou que a massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que era de R$ 264,9 bilhões em 2017, cresceu para R$ 277,7 bilhões em 2018. 

A Pnad ainda mostrou que os mais pobres passaram a ganhar ainda menos e o oposto foi observado entre a parcela mais rica da população. De 2017 para 2018, as pessoas que faziam parte dos 30% que recebiam os menores vencimentos tiveram redução no rendimento médio na ordem de 0,8%. Por outro lado, aqueles que faziam parte faixa mais elevada tiveram aumento de 8,4% no ganho médio, passando de R$ 25.593 para R$ 27.744.

O rendimento médio mensal real do 1% da população com maiores ganhos era de R$ 27.744, o que corresponde a 33,8 vezes a renda dos 50% que recebem menos no País - média de R$ 820. A faixa mais pobre da população, em condição de miséria, em 2018 recebia R$ 153 ao mês. 

"Aqueles 30% que tinham os menores rendimentos observaram redução em relação a 2017 nesse rendimento médio", disse a gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira.

Impacto do Bolsa Família 

A pesquisa mostra que a diminuição da oferta de benefícios como o Bolsa Família pode ter relação com o aumento da desigualdade social. No Brasil, 13,7% dos domicílios recebiam, em 2018, dinheiro referente ao programa enquanto a proporção foi de 15,9% em 2012. Nas regiões Norte e Nordeste, 25,4% e 28,2% dos domicílios recebiam o benefício, em 2018.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) era recebido por 3,6% das famílias no ano passado, 1 ponto percentual acima da proporção observada em 2012. As regiões Norte e Nordeste novamente apresentaram os maiores percentuais (5,7% e 5,4%, respectivamente).

O acesso a serviços básicos nos domicílios que recebiam algum programa também era diferente daqueles que não recebiam. Entre aqueles com o Bolsa família, 71,7% tinham abastecimento de água de rede geral; 37,6% tinham esgotamento sanitário e 75,7% tinham coleta de lixo. Os valores para os domicílios que não recebiam Bolsa Família eram todos maiores, em particular o que se refere ao acesso a esgotamento sanitário (70,9%).


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895