"É impossível descartar impacto ambiental", diz delegada sobre vazamento em Imbé
IGP fará perícia em cabos rompidos nas monoboias
publicidade
*Com informações do repórter Marco Aurélio Ruas
A titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, delegada Marina Goltz, afirmou nesta sexta-feira que o vazamento de 2,5 mil litros de óleo ocorrido na noite dessa quarta-feira na praia do Imbé, no Litoral Norte, pode causar danos a animais marinhos da região. "Não há como prever o que irá acontecer, mas é impossível descartar o impacto ambiental. O tempo é que vai dizer", resumiu em entrevista ao site do Correio do Povo.
A delegada destacou que a praia não foi atingida graças à direção dos ventos. "O óleo é um componente altamente poluidor. A sorte foi o vento, que estava em direção ao Oeste e afastou a substância da costa", acrescentou Marina.
De acordo com Marina, o agentes do Instituto Geral de Perícia (IGP) realizarão ainda nesta sexta uma inspeção nos cabos que ligam a monoboia ao navio e nas válvulas que foram rompidas. O trabalho não tem data ou hora para terminar, mas vai ajudar a esclarecer o acidente.
O comandante do Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BM), Rodrigo Gonçalves, relatou hoje que duas viaturas realizaram uma varredura na orla marítima, à procura de animais mortos. Segundo Gonçalves, um dos carros começo o trabalho no início da manhã e percorreu o trecho entre Tramandaí e Cidreira, enquanto a outros policiais militares fizeram o trajeto de Imbé até Capão da Canoa. "Parece que o óleo está mais dissipado do que ontem. É possível que o componente evapore, mas o tempo não tem ajudado. O vento não teve mudanças e a tendência é de que a mancha se afaste ainda mais", esclareceu.
Sem limpeza
Marina relatou que a limpeza do mar não deve ocorrer por opção da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). "Na realidade, eles descartaram o uso de uma reagente químico para dissipar o óleo, que foi considerado muito volátil. A ideia é de que o componente se degrade no meio ambiente", explicou.
Além da Polícia Civil, a Transpetro, Fepam e o Ministério Público (MP) acompanham o caso do vazamento. Segundo Marina, depoimentos serão tomados na próxima semana para ajudar a elucidar as causas do acidente. O MP observa o caso com o promotor Fernando Andrade Alves. De acordo com a assessoria, o órgão não investiga o dano ambiental, mas apura prejuízo à comunidade que vive perto da orla marítima.