"É um modelo vivo, não de prateleira", diz Leany Lemos sobre o Distanciamento Controlado do RS

"É um modelo vivo, não de prateleira", diz Leany Lemos sobre o Distanciamento Controlado do RS

Coordenadora do Comitê de Dados participou, nesta terça-feira, de videoconferência da Associação Comercial e Industrial de Lajeado

Felipe Samuel

Leany Lemos afirmou que não há como negar a curva ascendente da pandemia no Rio Grande do Sul

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No momento em que o modelo de Distanciamento Controlado começa a sofrer contestações de prefeituras gaúchas e representantes do comércio, a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, voltou a defender, nesta terça-feira, a estratégia adotada pelo Palácio Piratini no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Ao destacar que o Rio Grande do Sul tem a quarta menor taxa de mortalidade do país, com 11,3 por 100 mil habitantes, Leany garantiu que o monitoramento é uma alternativa a modelos extremos, como o "lockdown ou abertura total" da economia, e visa equacionar as questões econômica e sanitária.

Durante videoconferência da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), com o tema “Bandeiras na pandemia: a definição do mapa do RS”, Leany salientou que o modelo passou por ajustes desde o começo da pandemia, como inclusão da análise de recursos sobre a classificação final das bandeiras de risco de municípios. Na avaliação da coordenadora, o Distanciamento Controlado oferece segurança, mas pode ser aprimorado. "É um modelo vivo, não de prateleira", justificou, acrescentando que outros governos, como os de São Paulo e de Santa Catarina se inspiraram no exemplo gaúcho.

O presidente da Acil, Cristian Rota Bergesch, questionou os critérios para reavaliar a situação de determinadas regiões. Além de explicar que o modelo conta com 11 indicadores, que levam em conta principalmente indicadores de propagação da doença, evolução do vírus e a incidência de pacientes ativos e recuperados, Leany alertou que à medida que existem menos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) no Estado isso acaba afetando a capacidade das macrorregiões. "Às vezes muda por conta dos recursos porque a gente olha para determinada região Covid-19 e verifica o que está pesando na macrorregião", observou, reconhecendo que alguns ajustes já foram realizados ao longo do tempo.

Embora reconheça que o governo recebe "alguns recursos bem concatenados, com informações relevantes", ela admitiu que existe debate sobre maior responsabilidade das prefeituras no processo. "Não me parece que vai ser libera geral, ainda não temos resposta para isso. Está em discussão interna", completou. Conforme Leany, a ampliação da participação das prefeituras se enquadraria numa segunda fase, já que a primeira parte do projeto, que já tem 12 semanas de divulgação de bandeiras, ajudou a organizar o Estado e evitar o esgotamento do sistema de saúde. "Aumentamos em 75% os leitos de UTI. Se não tivesse isso o sistema de saúde teria colapsado um mês e meio atrás", afirmou, destacando que o RS enfrenta o momento mais difícil no combate à Covid-19.

Diretor-executivo do Hospital Bruno Born, Cristiano Dickel, afirmou que o modelo de Distanciamento Controlado é "robusto", mas defendeu ajustes ao longo do tempo. Conforme Dickel, mesmo com as dificuldades para enfrentar a doença, o governo tem garantido diálogo com os municípios.


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