Índios e policiais se enfrentam em estádio da Copa em Brasília
Profissionais da segurança dispersou protesto com gás lacrimogêneo e indígenas responderam com pedras
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Alguns manifestantes responderam atirando pedras contra os cerca de 500 agentes que cercavam o estádio. Pouco antes, cerca de quinhentos chefes indígenas de cem etnias de todo o Brasil - inclusive o cacique Raoni, de 84 anos, um ícone da defesa da Amazônia - subiram no teto do Congresso para reivindicar políticas para seus povos.
"Subir no Congresso foi um ato de coragem, demonstração de que somos guerreiros e defendemos nossos direitos", disse Tamalui Kuikuru, da região do Xingu, no Mato Grosso.
Os índios, que estavam pintados, usando plumas, arcos e flechas tradicionais, desceram pacificamente do teto do Congresso logo depois, percorreram a Esplanada dos Ministérios e, em seguida, juntaram-se às centenas de manifestantes contrários à Copa e ao movimento dos sem-teto que marchavam na direção do estádio.
Duzentos policiais acompanham o protesto e o mesmo número resguarda o estádio Mané Garrincha, onde está o troféu da Copa, em exibição para o público nas cidades sede antes do torneio.
"A Copa é para quem? Não é para nós!", clamava um manifestante com um alto-falante. "Não quero a Copa, quero esse dinheiro para a saúde e a educação", gritava.
O protesto acontece em um contexto de protestos contra a Copa do Mundo e greves em vários setores às vésperas do Mundial, que se estenderá entre 12 de junho e 13 de julho. Uma greve de motoristas de ônibus paralisou nesta terça Salvador, uma das 12 cidades-sede da Copa, e o policiamento foi reforçado para garantir a segurança das unidades em circulação.