Órgão internacional solicita que Brasil redobre esforços na busca por indigenista e jornalista

Órgão internacional solicita que Brasil redobre esforços na busca por indigenista e jornalista

Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA notificou o Brasil a responder em sete dias sobre as ações tomadas

R7

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA) aprovou, neste sábado, uma medida cautelar solicitada por um grupo de entidades brasileiras para que o governo redobre os esforços para encontrar o indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian. Eles estão desaparecidos desde o último domingo. Um suspeito foi preso, até agora, mas nenhuma pista do desaparecimento obtida.

No documento, a organização pede que o governo "informe, dentro do prazo de sete dias contados a partir do dia seguinte da notificação desta resolução, sobre a adoção das medidas cautelares requeridas e que atualize periodicamente essas informações". A comissão ponta que Bruno e Dom "estão em situação de grave risco".

A organização cita que, na última sexta-feira, a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, pediu para que as autoridades brasileiras redobrem os esforços no processo de busca pelos desaparecidos. Ravina afirmou, ainda, que a resposta inicial do governo foi "lenta".

"Agora, saudamos que após decisão judicial as autoridades tenham empreendido mais meios para procurar esses dois homens. Mas, inicialmente, a resposta foi lenta e eu entendo que foram os grupos da sociedade civil, incluindo as populações indígenas, que estavam na liderança para tentar descobrir o que aconteceu com eles", afirmou a porta-voz.

A comissão explicou que o mecanismo de medida cautelar faz parte de sua função, "de supervionar o cumprimento das obrigações de direitos humanos estabelecidas no artigo 106 da Carta da Organização dos Estados Americanos", conforme pontuou a comissão. "A Comissão outorga medidas cautelares em situações graves e urgentes, nas quais tais medidas são necessárias para se prevenir um dano irreparável às pessoas", afirmou.

A medida foi solicitada na última quinta-feira (9) por sete organizações, incluindo o Instituto Vladimir Herzog e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Bruno e Dom estão desaparecidos desde o último domingo (5), depois de irem a uma comunidade ribeirinha. Eles deveriam ter chegado na tarde do mesmo dia à cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, mas depois de terem entrado no barco que utilizaram, não foram mais vistos.

Na segunda-feira, a Coordenação da Organização Indígena (Univaja) informou que os dois estavam desaparecidos havia mais de 24 horas e que faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte. Na quinta-feira (9), a Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária de Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Bruno e Dom.


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