Ação comemora Dia do Gari em Porto Alegre

Neste sábado foi comemorado o Dia do Gari em Porto Alegre. E para homenagear esses profissionais, nada melhor do que vivenciar um pouco a sua realidade e dificuldades. Nesta lógica, dezenas de pessoas participaram de um mutirão para o recolhimento do lixo que fica às margens do Guaíba. A iniciativa foi resultado de uma parceria do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e o Internacional.

O mutirão, que integrou a campanha #GariPorUmDia, teve início em frente ao Museu Iberê Camargo e seguiu até o centro de Treinamento do Inter. A ação colaborativa buscou, além de valorizar os profissionais, ampliar a consciência da população sobre o descarte correto dos resíduos, evitando assim que sejam deixados irregulares no meio ambiente.

Com o apoio de garis e caminhões de coleta, os voluntários receberam sacolas e recolheram os mais diversos objetos que são deixados ou trazidos pela água na beira do Guaíba. O prefeito José Fortunati foi um dos voluntários. Segundo ele, a ação não poderia ser mais adequada, já que para muitas pessoas, os garis não existem. “Muitos relatam que recolhem o lixo e logo em seguida outra pessoa descarta mais. Se sentem invisíveis”. Trabalhando há seis anos como gari, João Carlos Machado dos Santos, de 54 anos, confirma esse sentimento. “É uma questão de consciência. As pessoas não têm noção do dano que provocam ao jogar lixo na rua”, comenta. A Capital conta com 2 mil garis, que atuam na coleta e na varrição.

A iniciativa de recolher o lixo também irá para dentro do estádio. O Internacional começa a distribuir sacolas plásticas aos torcedores para que o objetos descartados sejam despejados nos contêineres na saída dos jogos. Segundo o vice-presidente de relacionamento social, Alexandre Ribeiro, a ideia é repetir o gesto feito por torcedores japoneses durante a Copa do Mundo. Ao final dos jogos, os torcedores recolhiam os objetos deixados no estádio. “A torcida tem uma grande força e com certeza pode auxiliar a mudar o comportamento”, acredita ele. Para o presidente do Inter, Vitório Piffero, essa é uma forma singela e simples de contribuir com a cidade.

Porto Alegre é uma das pioneiras no combate ao descarte irregular, incluindo multando que o fizer. Segundo o diretor do DMLU, André Carus, o principal problema é a cultura. Mesmo assim, ele ressaltou que já foi sentida uma mudança nos últimos meses. Ele citou que em 2013 existiam cerca de 459 focos de lixo. No início desse ano, o número reduziu para 339 focos. “Ainda é grande a quantidade. Porém, é uma demonstração de que o comportamento está mudando”, afirmou.