Ação da Fraport previne contra acidentes com aves

Ação da Fraport previne contra acidentes com aves

Chamados "bird strikes" representam risco significativo para aeronaves

Correio do Povo

Fraport informou que deixou de utilizar falcões para impedir aproximação de aves

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As colisões de aeronaves com aves representam um risco muito significativo para a aviação. No período de um ano, o Brasil registrou 2.222 ocorrências de bird strike – como é chamado o choque de aviões com pássaros –, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB).

Em Porto Alegre, a Fraport Brasil/Porto Alegre, responsável pela administração do Porto Alegre Airport – Aeroporto Internacional Salgado Filho, informou na última quinta-feira que não divulga dados sobre a ocorrência de colisões de aeronaves com aves no aeroporto da Capital. A empresa disse que possui o Programa de Gerenciamento do Risco de Fauna (PGRF), já regulamentado e aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A iniciativa consiste na identificação das espécies de fauna presentes nos aeroportos e no seu entorno que provocam risco às operações aéreas e os principais focos de atração da fauna. Na manhã de quinta-feira, bem próximo da pista foi possível avistar um grupo de quero-queros ao lado do Boulevard Laçador, na avenida dos Estados, na zona Norte da cidade. A Fraport Brasil/Porto Alegre informou que deixou de utilizar falcões e gaviões que eram acionados para impedir a aproximação de aves dos aviões. Em 2011, a Infraero, na época a responsável pela administração do Salgado Filho, utilizou os pássaros. O contrato com uma empresa foi encerrado em 2017.

As 2.222 ocorrências de bird strike no Brasil constam de um relatório realizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos com base no registro de ocorrências com aves feitas por pilotos e outros profissionais. O documento foi elaborado entre abril de 2018 e o mesmo mês de 2019.

Segundo o Cenipa, aproximadamente 90% das colisões acontecem quando as aeronaves estão nas fases de voo de aproximação, de 3.500ft (pés) a 200ft de altura; de pouso, de 200ft até sair da pista; decolagem, da soltura de freios até 500ft de altura; e de subida, de 500ft a 3.500ft de altura. Neste percentual ainda existem colisões que são detectadas por carcaças encontradas sobre a pista de pouso.

A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil, informou que mais de metade (54%) das colisões ocorrem com aves não identificadas e, entre as identificadas, o quero-quero (13%) e o urubu (9%) são os mais atingidos. Na maioria dos casos, as aves são atraídas pelo lixo acumulado e não descartado corretamente pelas comunidades vizinhas aos aeroportos.


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