Ações do Agosto Laranja em Porto Alegre ampliam conscientização sobre pessoas com superdotação

Ações do Agosto Laranja em Porto Alegre ampliam conscientização sobre pessoas com superdotação

Município realiza calendário especial com ações educativas e discussões sobre inclusão

Cláudio Isaías

Solenidade nesta terça-feira abriu calendário de ações do Agosto Laranja

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Porto Alegre realiza pela primeira vez atividades do Agosto Laranja. A iniciativa permite a promoção de ações educativas em favor do reconhecimento das pessoas com altas habilidades ou superdotação. A abertura oficial do Agosto Laranja foi realiza nesta terça-feira na Pinacoteca Aldo Locatelli, no Paço Municipal.

O vereador Alvoni Medina (Republicanos) destacou que em 2019 instalou a Frente Parlamentar em defesa das pessoas com altas habilidades e superdotação para estabelecer políticas públicas no sentido de ampliar o atendimento nos aspectos emocionais e pedagógicos de alunos, professores e familiares. Para isso, foi criada a Lei 12815/2021, de sua autoria, que institui a Política Municipal de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e o atendimento especializado aos estudantes identificados com altas habilidades e superdotação em Porto Alegre.

Medina disse que o Agosto Laranja na Capital tem a proposta de ampliar a conscientização e combater o preconceito dentro das escolas. Durante as atividades do Agosto Laranja, o público poderá conferir a exposição “Um olhar sobre a superdotação”, que acontece até o dia 13 de agosto na Pinacoteca Aldo Locatelli, em Porto Alegre.

A presidente da Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação (Agaamsd), Lexandra Rodrigues, destacou que a ONG, criada em outubro de 1981, tem como objetivo lutar pelos direitos das pessoas com altas habilidades e superdotação. “Temos como prioridade básica, buscar melhorias nas políticas públicas, procurando contribuir com as famílias, educadores e com a sociedade, para que possam reconhecer, compreender e valorizar este público”, ressaltou.

A presidente da ONG disse ainda que os alunos precisam de recursos e apoio na sala de aula. O estudante Guilherme da Silva Rodrigues, 16 anos, salientou que no Brasil há cerca de seis milhões de pessoas com altas habilidades e superdotadas, que constituem um grupo pouco compreendido e negligenciado devido aos insuficientes programas direcionados para atender necessidades específicas e favorecer o desenvolvimento de homens e mulheres que vivem esta realidade. 

Segundo ele, as escolas não estão devidamente preparadas para maximizar o potencial de aprendizagem de alunos que apresentam atraso no desenvolvimento cognitivo e que o mesmo ocorre aos que se destacam por apresentarem potencial superior, inteligência ou criatividades elevadas, independentemente de algum tipo de deficiência.

“Para que as pessoas com altas habilidades e com superdotação sejam reconhecidas e respeitadas, com acesso a direitos básicos, é preciso desenvolver um olhar mais humano e buscar ações políticas de suporte", acrescentou. Rodrigues disse que é preciso escolas mais preparadas, educadores bem informados, profissionais mais qualificados, famílias amparadas e uma sociedade que compreenda que cada ser humano é único. "É preciso combater a falta de informação, o descaso e o preconceito, que tornam este público invisível”, comentou o jovem.

A solenidade no Paço Municipal contou com as presenças do prefeito em exercício, Ricardo Gomes, da secretária municipal de Educação, Janaina Audino, e do presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PCD e PCAH no Rio Grande do Sul (Faders), Marquinho Lang.


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