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Verão

Especial

A dura vida de quem vive nas ruas de Porto Alegre durante as madrugadas frias

Pessoas em situação de rua sentem ainda mais na pele os efeitos das baixíssimas temperaturas

Conforme a Prefeitura, há 2,5 mil pessoas em situação de rua na Capital | Foto: Alina Souza

Viver em situação de rua é algo que ninguém quer para si. O frio dos últimos dias faz, a quem pode, a população se abrigar em locais quentes. Mas, e quem não tem esta opção, e precisa muitas vezes recorrer às marquises, aos terminais, aos bancos de praça e às calçadas? Para elas, a sensação beira o desespero. Em Porto Alegre, a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) estima 2,5 mil pessoas atualmente morando nas ruas, menos do que as cerca de 3,8 mil em 2020, e próximo das 2,7 mil estimadas em 2019.

No Terminal Parobé, no Centro Histórico, está uma destas histórias. A mulher, que não quis ser identificada, conta que tem 35 anos de idade e formação como analista de Recursos Humanos. “Até sei falar um pouco de inglês”, diz, com um largo sorriso. Segura uma garrafa com um líquido azul, e um copo de café descansa próximo. Seus pais faleceram e ela tem uma tia como família. Diz que as drogas a fizeram estar na situação que se encontra hoje. “Estou cansada”, relata.

Quer sair da rua, mas, por enquanto, vive com o grupo de “peregrinos”, como eles se denominam. “Também vendo bala e limpo vidros de carro”, diz ela, ao lado de dois outros homens, com quem compartilha os colchões, os cobertores e as vivências. Já recebeu as três doses disponíveis da vacina contra a Covid-19, mas diz que “morador de rua morre é de hipotermia”, revelando uma das grandes preocupações desta extensa, diversa e muitas vezes invisível população.

Na noite da última terça-feira, 620 pessoas em situação de rua foram atendidas na Capital. A rede municipal tem três albergues 12h, com capacidade somada de 240 pessoas, mais 13 pousadas, onde é possível ficar por 24 horas, os Centros POP, destinados ao atendimento diurno, e mais 60 espaços de pernoite no Ginásio Tesourinha, quando necessário. Há ainda as 12 equipes de Abordagem Social, que buscam encaminhar as pessoas até os espaços de acolhimento.

A mais recente pesquisa que mapeou a situação de rua dos adultos em Porto Alegre é datada de dezembro de 2016, e foi realizada por meio de uma parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com a Fasc. Na ocasião, foram contabilizadas 2.115 pessoas. No entanto, alguns anos mais tarde, a Prefeitura admitiu ser necessário um novo levantamento, já que este estaria com os dados defasados.

A quem recorrer

Rede de atendimento noturno (albergues 12h)

Albergue Dias da Cruz: Avenida Azenha, 366 - Azenha
Albergue Acolher 1: Rua Dr. João Simplício, 38 - Vila Jardim
Albergue Acolher 2: Rua 7 de Abril, 315 – Floresta

Central de Abordagem - atendimento 24h pelos telefones 3289-4994 ou pelo 156, opção 7

Rede de atendimento diurno

Os Centros POP têm atendimento social com equipe multidisciplinar para adultos, idosos e famílias em situação de rua. Disponibilizam oficinas, higiene pessoal e refeição, além de encaminhamento à rede de serviços municipais com cadastro ao sistema de benefícios.

Centro POP 1 – Santana: Avenida João Pessoa, 2384, Farroupilha 
Centro POP 2 – Floresta: Rua Gaspar Martins, 114/120, Floresta
Centro POP 3 – Navegantes: Avenida França, 496, Navegantes 
SCFV - Adultos Pop Rua - Ilê Mulher: Rua Santo Antônio, 64, Floresta

Restaurantes Populares – almoço

Centro: Rua Garibaldi, 461 (segunda-feira a domingo)
Vila Cruzeiro: Rua Dona Otília, 210 (segunda a sexta-feira)
Lomba do Pinheiro: Rua Cacimbas, 159 (segunda a sexta-feira)
Restinga: Estrada Chácara do Banco, 71 (segunda a sexta-feira)
Zona Norte: Rua Caetano Fulginiti, 95, Rubem Berta (segunda a sexta-feira)

Felipe Faleiro