Abrigo na zona Sul salva cavalos de Porto Alegre
Local de 25 hectares da EPTC recupera equinos debilitados ou mutilados
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O destino dos animais, muitas vezes mutilados ou debilitados fisicamente, é o abrigo de animais de grande porte da EPTC. Lá eles passam por avaliação física, tratamento de uma veterinária e recebem alimentação. Após o 15º dia de hospedagem, podem ser doados e são liberados para o campo.
Os cuidados no local ficam a cargo de uma empresa terceirizada. A cada cinco anos a EPTC abre um processo de licitação para escolher a empresa responsável pelos cuidados dos animais. Os gastos são financiados pela prefeitura, que aplicou cerca de R$ 143,3 mil no ano passado e mais R$ 177,5 mil até setembro deste ano no abrigo.
A média de recolhimento do abrigo é de 380 animais ao ano. Desde o ano passado, 120 carroças e 250 animais foram retirados das ruas. “Muitos deles chegaram debilitados”, explicou o responsável pela equipe de fiscalização de veículo de tração animal da EPTC, Paulo Dorneles.
“Desde 2010 a entrega de cavalos aumentou e mais de mil já passaram pelo abrigo”, disse. Segundo o coordenador do projeto Todos Somos Porto Alegre, Fernando Mello, 2,2 mil carroceiros já entregaram seus animais e suas carroças e ingressaram em outra área profissional.
Mais de 280 animais já foram doados para propriedades no Estado. Para adotar, é preciso se candidatar no setor de atendimento ao cidadão da EPTC. “Com um comprovante de residência a pessoa faz a inscrição. Depois é feita análise do local e do interessado em uma triagem. O que apresentar melhores condições pode escolher um animal”, esclareceu. Após as doações, são feitas vistorias regulares para acompanhar se o equino é bem cuidado e não passa por maus tratos.
Cavalo cego espera um lar
Entre os mais de mil animais que já passaram pelo abrigo, um cavalo ainda permanece a espera de um lar e se tornou protagonista de uma história de maus-tratos. Apelidado de “Ceguinho”, o animal de pelo gateado perdeu a visão após ser espancado pelo dono. Em 2012, ele foi encontrado na avenida Ipiranga, puxando carroça. Apresentava escoriações no lombo e não tinha ferro nas patas.
Se não o tivéssemos resgatado, ele teria morrido”, contou Denízio Pires Corrêa, responsável pelo abrigo. Atualmente, Ceguinho divide as 12 cocheiras com os companheiros do abrigo. Ele necessita de cuidados especiais e seu próximo desafio é encontrar um lugar para refazer sua história marcada pela dor e pelo abandono.