Abrigo na zona Sul salva cavalos de Porto Alegre

Abrigo na zona Sul salva cavalos de Porto Alegre

Local de 25 hectares da EPTC recupera equinos debilitados ou mutilados

Correio do Povo

Abrigo na zona Sul salva cavalos de Porto Alegre

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Sob cuidados em 25 hectares de campo, no extremo Sul de Porto Alegre, 38 cavalos receberam uma nova chance para viver. Parte dos animais foram recolhidos nas vias da cidade em blitze da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e do Comando Ambiental da Brigada Militar. Outros foram entregues pelos donos ao programa de inclusão Todos Somos Porto Alegre. Neste caso, os proprietários são indenizados ao retirar das ruas as carroças e os carrinhos.

O destino dos animais, muitas vezes mutilados ou debilitados fisicamente, é o abrigo de animais de grande porte da EPTC. Lá eles passam por avaliação física, tratamento de uma veterinária e recebem alimentação. Após o 15º dia de hospedagem, podem ser doados e são liberados para o campo.

Os cuidados no local ficam a cargo de uma empresa terceirizada. A cada cinco anos a EPTC abre um processo de licitação para escolher a empresa responsável pelos cuidados dos animais. Os gastos são financiados pela prefeitura, que aplicou cerca de R$ 143,3 mil no ano passado e mais R$ 177,5 mil até setembro deste ano no abrigo.
A média de recolhimento do abrigo é de 380 animais ao ano. Desde o ano passado, 120 carroças e 250 animais foram retirados das ruas. “Muitos deles chegaram debilitados”, explicou o responsável pela equipe de fiscalização de veículo de tração animal da EPTC, Paulo Dorneles.

“Desde 2010 a entrega de cavalos aumentou e mais de mil já passaram pelo abrigo”, disse. Segundo o coordenador do projeto Todos Somos Porto Alegre, Fernando Mello, 2,2 mil carroceiros já entregaram seus animais e suas carroças e ingressaram em outra área profissional.

Mais de 280 animais já foram doados para propriedades no Estado. Para adotar, é preciso se candidatar no setor de atendimento ao cidadão da EPTC. “Com um comprovante de residência a pessoa faz a inscrição. Depois é feita análise do local e do interessado em uma triagem. O que apresentar melhores condições pode escolher um animal”, esclareceu. Após as doações, são feitas vistorias regulares para acompanhar se o equino é bem cuidado e não passa por maus tratos.

Cavalo cego espera um lar


Entre os mais de mil animais que já passaram pelo abrigo, um cavalo ainda permanece a espera de um lar e se tornou protagonista de uma história de maus-tratos. Apelidado de “Ceguinho”, o animal de pelo gateado perdeu a visão após ser espancado pelo dono. Em 2012, ele foi encontrado na avenida Ipiranga, puxando carroça. Apresentava escoriações no lombo e não tinha ferro nas patas.

Se não o tivéssemos resgatado, ele teria morrido”, contou Denízio Pires Corrêa, responsável pelo abrigo. Atualmente, Ceguinho divide as 12 cocheiras com os companheiros do abrigo. Ele necessita de cuidados especiais e seu próximo desafio é encontrar um lugar para refazer sua história marcada pela dor e pelo abandono.

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