Acusado de servir carne de gato é absolvido em Passo Fundo

Acusado de servir carne de gato é absolvido em Passo Fundo

Homem teria furtado, matado e servido o animal do vizinho em 2007

Acácio Silva / Correio do Povo

publicidade

Um auxiliar de cozinha, hoje com 26 anos, acusado de matar um gato e servir a carne para vizinhos, foi absolvido pelo juiz da 1ª Vara Criminal da comarca de Passo Fundo, Maurício Ramires, do crime de furto simples. O caso ocorreu em maio de 2007, na vila Lucas Araújo, no município do Norte do Estado.

O homem era acusado de ter furtado e assassinado o gato de um vizinho, além de ter preparado a carne à milanesa. O auxiliar de cozinha e um irmão teriam saboreado o prato e depois servido aos vizinhos. Dois adolescentes comeram a carne de gato pensando que era coelho. O dono do animal, um comerciante, hoje com 50 anos, ficou sabendo do fato e acionou a Brigada Militar (BM). No local, os policiais encontraram a pele do animal, a cabeça e os ossos. Na época, o auxiliar de cozinha teria admitido o fato aos PMs.

O caso ganhou repercussão no Estado com entidades protetoras dos animais, que promoveram protestos exigindo punição rigorosa. Na justiça, ele negou o fato, alegando que o animal havia sido atropelado por um caminhão. “Daí começou aquela história de fazer churrasquinho de gato pra aproveitar a carne, mas foi só isso”, disse o acusado na época.

Na justificativa de sentença, o juiz afirma que a prova oral colhida é precária para dar ensejo à condenação. “O que há de incontroverso nos autos é que, de fato, o gato sofreu morte violenta e foi eviscerado, tendo em visto que foi encontrada apenas a sua carcaça”, diz a decisão. Porém, o magistrado afirma que não se inquiriu qualquer pessoa que dissesse ter visto o auxiliar de cozinha na posse do gato, seja matando, ou eviscerando-o ou preparando e servindo a carne aos adolescentes. Segundo o juiz, o que existe são apenas informações de “ouvir dizer”.

O magistrado deixa claro que não fez pouco caso da gravidade da agressão contra o gato, especialmente se tratando de um animal doméstico com valor afetivo para o dono e para a família deste. Entretanto, afirma que não se está julgando tal delito. Segundo ele, o fato em análise diz respeito à subtração do animal, e não está claro nos autos como o furto se deu e quem foi o autor. Com isso, o juiz Maurício Ramires absolveu o auxiliar de cozinha de denúncia de furto simples por falta de provas.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895