Agências da Caixa registram longas filas para saque do auxílio emergencial

Agências da Caixa registram longas filas para saque do auxílio emergencial

Em Porto Alegre, 10 unidades funcionaram entre 8h e 14h, mas filas se formaram até mesmo em locais fechados

Eduardo Amaral

Para tentar amenizar a espera, funcionários do banco caminhavam nas filas pegando os dados de quem estava na fila e adiantar o atendimento

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O sábado foi marcado pelas longas filas nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) para saque do auxílio emergencial de R$ 600 depositado pelo governo. O banco anunciou o atendimento extra em 902 agências em todo país e, em Porto Alegre, havia movimento tanto nas que abriram especialmente para atender aos clientes quanto as que seguiram de portas fechadas.

Na Capital, 10 unidades operaram em diferentes regiões da cidade. Em todas as filas eram longas desde antes da abertura dos bancos, que funcionaram entre 8h e 14h. Para tentar amenizar a espera, funcionários do banco caminhavam nas filas pegando os dados de quem estava na fila e adiantar o atendimento, mas a maioria ainda preferia entrar na agência. 

A diarista Mara Rúbia Rodrigues de Jesus, 50 anos, chegou cedo para acompanhar a filha Vitória de Jesus Oliveira, 18 anos na CEF Partenon, localizada na avenida Bento Gonçalves, na zona Leste de Porto Alegre. As duas fizeram a solicitação do benefício, mas apenas Vitória foi aprovada, e buscava sacar o dinheiro. “O aplicativo pede internet e por isso vim sacar, porque não tenho internet e não consigo mexer com o dinheiro”, diz Vitória. Antes das medidas de isolamento ela ajudava na renda de casa fazendo doces para festas, o que lhe rendia aproximadamente R$ 600 por mês.

Alomerações se tornaram nas proximidades das agências | Foto: Fabiano do Amaral

A família enfrentou dificuldades no primeiro mês de isolamento. “Quando começou (a quarentena) fiquei 30 dias sem trabalho, por sorte uma das minhas patroas nos deu uma cesta básica”, conta Mara. A situação dela melhorou um pouco nos últimos dias, quando três empregadoras voltaram a chamá-la para faxinas. Ainda assim ela fará uma terceira tentativa para tentar o auxílio-emergencial em maio. “Vou tentar agora que trocou o mês, mas é bem difícil, não me deram nenhuma justificativa para ter sido reprovada.”

As filas em busca de atendimento não se formaram apenas nas agências abertas, já que muitas pessoas tentaram receber o auxílio nos bancos mais próximos. Na agência Intercap, também localizada na avenida Bento Gonçalves, dezenas de pessoas buscaram atendimento antes das 8h, mas o local não abriu ao público. A fila durou até próxima das 9h, quando a maior parte desistiu da espera e buscaram a agência Partenon, localizada alguns metros dali.


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