Agricultores liberam cancelas de pedágios ao deixar Porto Alegre
Manifestantes da Via Campesina permaneceram três dias no prédio da Receita Federal
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Pelo menos 100 ônibus deixaram a Capital. Em pelo menos três praças, nos kms 107 e 129 da BR 290, em Eldorado do Sul, e no km 48 da BR 392, as cancelas foram levantadas por uma hora, conforme a Concepa, a Univias e a Ecosul, respectivamente. Sem efetivo suficiente para fazer frente aos manifestantes, as concessionárias orientaram os funcionários a não reagir.
O integrante da coordenação da Via Campesina, Marco Antônio Triervieler, listou as praças onde o protesto deve se repetir: Farroupilha (km 65 da RS 122, administrado pela Univias); Lajeado (km 19,8 da RST 453, também concedido à Univias) e Camaquã (km 301 da BR 116, em Camaquã, controlado pela Concepa). Segundo o ativista, não deve ocorrer confronto para a liberação.
A assessoria de imprensa da Concepa confirmou que sete ônibus levando agricultores passaram pela praça de Eldorado do Sul. Os manifestantes desceram e liberaram as cancelas, perto das 20h. Situação semelhante foi confirmada pela Ecosul, em Rio Grande. A Univias também relatou que, por 14 minutos, as cancelas de Eldorado, já perto da região Carbonífera, foram liberadas pelo grupo.
Ainda durante a tarde, a Justiça Federal de Porto Alegre concedeu liminar em favor da União mandando os manifestantes desocuparem o prédio da Receita Federal. A decisão ocorreu depois que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) determinou à 5ª Vara Federal uma reanálise do caso. Na sentença anterior, a juíza Ingrid Sliwka entendeu que não cabia ao Judiciário interferir e que os órgãos da União tinham meios suficientes para conter excessos e chamar a Polícia, se necessário.
Os militantes ocuparam o prédio na manhã de terça-feira cobrando assistência no campo e o assentamento de pelo menos 2 mil famílias no Rio Grande do Sul. O ato também ocorreu em alusão ao chamado “Abril Vermelho”, lembrando o assassinato de trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996.
Depois de pressionar o Piratini, os trabalhadores foram surpreendidos pelo anúncio do governador Tarso Genro, que apresentou projeto prevendo a liberação à agricultura familiar de pelo menos R$ 100 milhões até o fim de 2014. Ele subiu no carro de som postado em frente ao Palácio Piratini e explicou que R$ 50 milhões serão repassados em verbas do governo estadual e outros R$ 50 milhões em verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com informações de Wagner Machado.